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Sobre a Economia

Confira publicações fundamentais para entender a economia.

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Atualizado em 31 out 2016, 18h54 - Publicado em 31 ago 2008, 22h00
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  • Como foi que cheguei a essa conclusão? Creio que tudo começou na sala de reuniões de Nandan Nilekani, na Infosys Technologies Limited. A Infosys é uma das pérolas do mundo da tecnologia da informação indiana, e Nilekani, seu principal executivo, é um dos mais gabaritados e acatados capitães da indústria desse país. Fui com a equipe do Discovery Times até o campus da Infosys, a cerca de quarenta minutos do centro de Bangalore, a fim de conhecer suas instalações e entrevistar Nilekani. Na estrada esburacada, havíamos disputado o espaço com vacas sagradas, carroças puxadas por cavalos e riquixás motorizados; depois que cruzamos os portões da Infosys, porém, parecia que havíamos entrado num outro mundo. Em meio à grama bem aparada, pontilhada de grandes pedras redondas, havia uma piscina cinematográfica ao lado de um putting green enorme, além de vários restaurantes e um fantástico health club. Novos edifícios reluzentes parecem brotar da terra feito ervas daninhas a cada semana. Em alguns deles, os funcionários da Infosys escrevem softwares encomendados por empresas americanas ou européias; em outros, desincumbem-se das operações de apoio administrativo de grandes multinacionais com sede nos EUA e Europa – e fazem de tudo, desde a manutenção dos computadores até projetos específicos de pesquisa, passando pelo atendimento de clientes do mundo inteiro, cujas ligações são roteadas para lá. A segurança é rigorosa: os corredores são vigiados por câmeras e quem trabalha para a American Express não pode entrar no prédio onde são gerenciados as pesquisas e os serviços prestados para a General Electric. Jovens engenheiros e engenheiras indianos andam animadamente de um prédio para o outro, de crachá pendurado no peito. Um deles tinha cara de quem poderia preparar a minha declaração de imposto de renda. Outra parecia apta a desmontar o meu computador inteirinho.

    E uma terceira era capaz de havê-lo projetado! Depois da entrevista, Nilekani nos levou para conhecer o centro global de conferências da Infosys – o coração da indústria indiana de terceirização. Era um auditório cavernoso todo revestido de lambri de madeira, igualzinho a qualquer sala de aula de algumas das melhores faculdades de direito americanas. De um lado havia uma gigantesca tela panorâmica e, presas ao teto, câmeras para videoconferência. – Esta é a nossa sala de reuniões, provavelmente a maior tela da Ásia, são quarenta telas digitais [juntas] – explicou Nilekani com orgulho, apontando para a maior televisão de tela plana que eu já tinha visto na vida.

    A Infosys, conforme explicou, pode convocar uma reunião virtual com os principais elos de toda a cadeia de fornecimento global de qualquer projeto seu, a qualquer momento, naquele telão. Assim, os designers americanos podiam conversar ao mesmo tempo com os programadores indianos e os fabricantes asiáticos. – Aqui, podemos nos encontrar com gente de Nova York, Londres, Boston, São Francisco, tudo ao vivo. E, como a implementação pode ser em Cingapura, o cara de lá também pode estar ao vivo aqui. […] É a globalização. Sobre a tela havia oito relógios, um resumo perfeito do dia de trabalho na Infosys: 24 horas por dia, sete dias por semana, 365 dias por ano. Indicavam a hora das Costas Oeste e Leste dos Estados Unidos, de Greenwich, da Índia, de Cingapura, de Hong Kong, do Japão e da Austrália. – A terceirização não passa de uma das facetas de algo muito mais fundamental que está acontecendo hoje no mundo – discorreu Nilekani. – O que aconteceu nos últimos anos foi que houve um investimento maciço em tecnologia, sobretudo no período da bolha, quando centenas de milhões de dólares foram investidos na instalação de conectividade em banda larga no mundo inteiro, cabos submarinos, essas coisas. – Paralelamente, acrescentou, houve o barateamento dos computadores, que se espalharam pelo mundo todo, e uma explosão dos softwares, correio eletrônico, motores de busca como o Google e softwares proprietários capazes de retalhar qualquer operação e mandar um pedaço para Boston, outro para Bangalore e um terceiro para Pequim, facilitando o desenvolvimento remoto. – Quando de repente todos esses fatores se reuniram, por volta do ano 2000 – continuou Nilekani –, engendraram uma plataforma com base na qual o trabalho e o capital intelectuais poderiam ser realizados de qualquer ponto do globo; tornou-se possível fragmentar projetos e transmitir, distribuir, produzir e juntar de novo as suas peças, conferindo uma liberdade muito mais ampla ao nosso trabalho, principalmente o trabalho intelectual. […] O que se vê em Bangalore, hoje, não passa do clímax desse processo de convergência. Estávamos sentados no sofá do lado de fora do escritório de Nilekani, esperando enquanto os nossos técnicos montavam as câmeras. A certa altura, ao resumir as implicações dessa história toda, ele enunciou uma sentença que ficou ecoando nos meus ouvidos: – Tom, estamos aplainando o terreno. Isto é: países como a Índia, hoje, estão aptos a competir pelo trabalho intelectual global como nunca antes – e é melhor os Estados Unidos se prepararem, porque têm um grande desafio pela frente. Mas será um bom desafio para o país, insistiu ele, porque é sob pressão que damos o melhor de nós.

    Depois de deixar o campus da Infosys naquela noite, enquanto sacolejávamos pela estrada de volta para Bangalore, fiquei remoendo aquela frase: “Estamos aplainando o terreno.” O que Nandan falou, pensei cá com os meus botões, é que o terreno está sendo achatado… Achatado? Achatado?! Brinquei com aquela palavra na minha cabeça por algum tempo, e então, do jeito orgânico que as coisas acontecem, simplesmente saiu: Céus, o que ele disse foi que o mundo é plano! Lá estava eu, em Bangalore – mais de quinhentos anos depois de Colombo, munido apenas das primitivas tecnologias de navegação da sua época, desaparecer no horizonte e voltar em segurança, comprovando em definitivo que a Terra era redonda – e um dos mais brilhantes engenheiros indianos, que havia estudado na melhor escola politécnica do seu país e tinha as mais modernas tecnologias da atualidade ao seu dispor, vinha basicamente me comunicar que o mundo agora é plano – tão plano quanto aquele telão em que ele podia presidir a uma reunião de toda a sua cadeia de fornecimento global. E o mais interessante é que, a seu ver, era ótimo, constituía um novo marco do progresso humano e uma extraordinária oportunidade para a Índia e o mundo, o fato de que havíamos achatado o planeta! No banco de trás daquela van, garatujei quatro palavras no meu bloquinho: “O mundo é plano”, e, assim que as vi no papel, tive a certeza de que aquela era a mensagem subjacente de tudo o que eu tinha visto e ouvido em Bangalore em 15 dias de filmagens. Estávamos aplainando o terreno da concorrência global. Estávamos achatando a Terra.Tendo chegado àquela conclusão, senti um misto de entusiasmo e temor apoderando-se de mim. Meu lado jornalista ficou exultante diante da perspectiva de haver encontrado um paradigma que permite melhor entender as manchetes dos jornais a cada manhã e explicar o que se passa no mundo de hoje. Claramente, Nandan estava certo: É inegável que agora um número maior do que nunca de pessoas tem a possibilidade de colaborar e competir em tempo real com um número maior de outras pessoas de um número maior de cantos do globo, num número maior de diferentes áreas e num pé de igualdade maior do que em qualquer momento anterior da história do mundo – graças aos computadores, ao e-mail, às redes, à tecnologia de teleconferência e a novos softwares, mais dinâmicos. Foi isso que constatei na minha viagem para a Índia e além. E é disso que trata este livro. Quando se começa a pensar no mundo como sendo plano, ou pelo menos se achatando, um monte de coisas passa a fazer um sentido que não fazia antes. Contudo, a minha animação também tinha um motivo pessoal, pois esse achatamento quer dizer que estamos interligando todos os centros de conhecimento do planeta e costurando uma única rede global, o que (se a política e o terrorismo não atrapalharem) pode precipitar uma era notável de prosperidade, inovação e colaboração entre empresas, comunidades e indivíduos.

    No entanto, a idéia de uma Terra plana também me deu medo, tanto em termos profissionais quanto pessoais. A razão pessoal era conseqüência do fato óbvio de que, num mundo plano, não são só os programadores e aficionados por computadores que são brindados com a possibilidade de trabalharem juntos, mas também a Al-Qaeda e outras redes terroristas. Não estamos aplainando o terreno somente no sentido de agregar e expandir as oportunidades de um novo grupo de inovadores; estamos possibilitando também a agregação e a capacitação de um outro grupo novo, esse de indivíduos frustrados, oprimidos e cheios de ódio.

    Globalização e seu avesso

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    Nome – O Mundo é Plano

    Autor – Thomas Friedman

    Editora – Objetiva

    Por que ler – O jornalista americano Thomas Friedman lembra que a viagem de Cristóvão Colombo para a Índia em 1492, na qual acabou “descobrindo” a América, colaborou para a percepção de que o mundo é redondo, fato comunicado por Colombo aos reis espanhóis Fernando e Isabel. Já sua própria viagem à Índia, há alguns anos, fez Friedman chegar a uma conclusão bem diferente. “Quando voltei para casa, compartilhei apenas com minha esposa minha descoberta, e num sussurro: ‘Querida’, confidenciei, ‘acho que o mundo é plano’”, escreve ele em O Mundo é Plano, livro com o qual dividiu seu momento de iluminação com milhares de leitores. A constatação de Friedman veio com a visão de prédios da IBM, da Microsoft e da HP e de anúncios da Epson e da Pizza Hut nas imediações de um campo de golfe em Bangalore, na Índia. E foi confirmada pela visita à Infosys, uma grande empresa indiana de tecnologia de informação. Dentro de seus prédios, jovens indianos entram em contato com consumidores de todo o mundo para vender cartões de crédito, fazer cobranças, ensinar a usar softwares e ajudar em problemas como o desvio de bagagem em companhias aéreas. Falam com consumidores americanos como se estivessem ali, num escritório na esquina, quando, na verdade, estão do outro lado do mundo, em outro fuso horário. Para Friedman, vivemos a terceira era da globalização. A primeira foi a globalização de países e começou justamente com Colombo, que uniu o Velho e o Novo Mundo, estendendo-se até meados de 1800. A segunda, a de empresas, começa com o surgimento de multinacionais e a Revolução Industrial e vai até 2000. E a terceira, iniciada no alvorecer do século 21, seria a globalização a partir da “recém-descoberta capacidade dos indivíduos de colaborarem no âmbito mundial”. A partir daí, o Autor – analisa as mudanças na economia à luz de fatos como os ataques ao World Trade Center, a Guerra do Iraque, os avanços tecnológicos e o ingresso da Índia e da China na cadeia global de fornecimento de serviços e produtos.

    (Flávia Ribeiro)

    Nome – O Líder do Futuro

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    Autor – John Naisbitt

    Editora – Sextante

    Por que ler – O título, O Líder do Futuro, parece de livro de auto-ajuda, impressão que só aumenta com o subtítulo, 11 Conceitos Fundamentais para Ter Clareza num Mundo Confuso e se Antecipar às Novas Tendências. Mas o trabalho de John Naisbitt, um especialista em prever tendências, é um tratado com 11 modelos mentais para ajudar o empreendedor a, entre outras coisas, filtrar as mudanças que vêm para ficar em relação aos modismos no mundo globalizado. O Autor – apresenta uma série de cenários para o século 21, que incluem a globalização das atividades econômicas, a sobreposição da cultura visual sobre a palavra escrita, os avanços da China, os obstáculos à consolidação da União Européia e o aperfeiçoamento das inovações tecnológicas.

    (Flávia Ribeiro)

    Nome – Sem Logo

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    Autora – Naomi Klein

    Editora – Record

    Por que ler – O livro da jornalista e ativista canadense Naomi Klein é um manifesto antiglobalização, cheio de histórias curiosas. Entre elas, a de que a Nike pagou 20 milhões de dólares ao astro americano de basquete Michael Jordan para ele estrelar a campanha de seu novo tênis em 1992, um valor superior aos salários de todos os 30 mil funcionários que fabricavam os tênis na Indonésia, juntos. Outras histórias de bastidores das grandes corporações são contadas. A autora ataca a cultura do consumo e as pressões que as grandes empresas impõem aos trabalhadores.

    (Flávia Ribeiro)

    Nome – Como o Futebol Explica o Mundo

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    Autor – Franklin Foer

    Editora – Jorge Zahar

    Por que ler – O futebol como metáfora da globalização: este é o mote do jornalista americano Franklin Foer, que viajou por diversos países, inclusive o Brasil, para investigar os bastidores do esporte mais popular do planeta. O livro “tenta explicar o fracasso da globalização em reduzir ódios antigos ainda presentes nas grandes rivalidades em torno do esporte” e usa o futebol para abordar “as conseqüências da migração, a persistência da corrupção e a ascensão de novos oligarcas poderosos como Sílvio Berlusconi, presidente da Itália e do Milan”.

    (Flávia Ribeiro)

    Dia-a-dia da economia

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    Nome – 3.000 Dias no Bunker

    Autor – Guilherme Fiúza

    Editora – Record

    Por que ler – Os anos de ditadura no Brasil foram seguidos por um período de hiperinflação, arrocho salarial e o impeachment do presidente Fernando Collor de Mello, em 1992. Depois disso, o grande desafio do País foi combater a inflação e estabilizar a moeda, que mudava com freqüência de valor e Nome – nclatura. 3.000 Dias no Bunker, do jornalista Guilherme Fiúza, é uma reportagem sobre a equipe que concebeu e implementou o Plano Real, composta por Nome – s como Fernando Henrique Cardoso, Pedro Malan e Gustavo Franco. Mostra os acertos, erros e os bastidores por trás dos Nome – s que, fechando-se no poder, conseguiram construir um caminho econômico e monetário para a estabilidade que se seguiu.

    (Kelly Cristina Spinelli)

    Nome – O Valor do Amanhã

    Autor – Eduardo Giannetti

    Editora – Companhia das Letras

    Por que ler – Quando come um doce calórico burlando um regime, você está aceitando pagar juros. Afinal, terá de compensar o prazer imediato da sobremesa depois, na academia. É com essa e outras aplicações práticas que o economista Eduardo Giannetti explica o funcionamento dos juros e mostra como aspectos culturais influenciam a variação de suas taxas na economia de um país. O livro deu origem a um quadro de mesmo Nome – no Fantástico, da Rede Globo. Evitando termos difíceis e citações acadêmicas, Giannetti mostra que lidar com os juros é como lidar com o tempo: pagará menos, no futuro, quem deixa de consumir, poupa e investe. Quem, por outro lado, prefere o prazer imediato terá de assumir o ônus mais tarde. O Brasil, para o economista, encaixa-se, por inúmeras razões, nesta segunda opção – e por isso sempre convive com altas taxas de juros. O Japão, por sua vez, poupa demais e deixa passar boas oportunidades no presente. A solução, segundo o Autor – , é a busca de um equilíbrio.

    (Kelly Cristina Spinelli)

    Nome – O Economista Clandestino

    Autor – Tim Harford

    Editora – Record

    Por que ler – Pode parecer exagero, mas quase tudo na vida diária, dos congestionamentos ao preço do cafezinho, tem uma explicação econômica. No entanto, só um olho treinado consegue enxergar as finanças por trás dos eventos cotidianos. Tim Harford, jornalista e economista inglês, decidiu tornar o conhecimento dos especialistas acessível ao público geral. Este livro é um guia de economia em linguagem simples, que trata de questões que vão desde o preço dos produtos no supermercado até a explosão econômica da China.

    (Kelly Cristina Spinelli)

    Capitalismo selvagem

    Nome – A Verdade Sobre os Laboratórios Farmacêuticos

    Autora – Marcia Angell

    Editora – Record

    Por que ler – Considerada uma das pessoas mais influentes da opinião pública americana, a jornalista Marcia Angell, ex-Editora-chefe do New England Journal of Medicine, faz duras críticas à indústria farmacêutica e a como o lucro está acima do compromisso com a ciência. Ela afirma que, em vez de inovar, os laboratórios dedicam-se a criar variações de drogas antigas, não fazem o esperado investimento em pesquisa científica e chegam ao extremo de instituir novos mercados, criando doenças ainda não estabelecidas. Para tanto, afirma a Autora – , canalizam boa parte de seus recursos para o marketing de produtos. Este é um livro que leva o leitor à reflexão sobre em que as pessoas têm depositado sua vida.

    (Luci Gomes)

    Nome – Salve-se Quem Puder

    Autor – Edward Chancellor

    Editora – Companhia das Letras

    Por que ler – Quando se pensa no mercado financeiro, a imagem que se tem é de um universo baseado em leis exatas e racionais, com resultados previsíveis. Mas o que este livro mostra é que, por trás de qualquer onda econômica, há um forte componente passional, capaz de contaminar e, muitas vezes, levar ao equívoco toda a sociedade. O autor faz uma retrospectiva de algumas das mais importantes febres especulativas que marcaram a história econômica mundial, a partir do século 17 até nossos dias. E deixa claro que todos os períodos de euforia e elevados ganhos foram sucedidos por perdas que ultrapassam o sistema financeiro e afetam a economia como um todo. Na atualidade, quando instrumentos financeiros estão cada vez mais sofisticados, a leitura do livro serve de alerta.

    (Luci Gomes)

    Nome – Como a Picaretagem Conquistou o Mundo

    Autor – Francis Wheen

    Editora – Record

    Por que ler – As inquietações da vida moderna levam muita gente a buscar apoio em charlatões contemporâneos. Ao analisar a história recente, em especial o final do século 20, o jornalista britânico Francis Wheen mostra que esse fenômeno afeta a política, os negócios e a cultura de massa. Foi o caso do encontro entre Ronald Reagan, então presidente dos EUA, e Mikhail Gorbachev, presidente da União Soviética, em 1985, para discutir o desarmamento nuclear. Uma das pessoas mais ouvidas por Reagan era uma astróloga de São Francisco, que argumentava com base em um “dossiê” de peixes, o signo do líder soviético. Esse e outros episódios mostram que a civilização está retrocedendo em algumas de suas conquistas e está cada vez mais suscetível à manipulação.

    (Luci Gomes)

    Capitalismo bondoso

    Nome – Reconsiderar a Riqueza

    Autora – Patrick Viveret

    Editora – UNB

    Por que ler – Em 1999, o petroleiro Érika naufragou na costa da França, despejando milhares de toneladas de óleo e causando um imenso desastre ecológico. Os esforços de despoluição movimentaram uma enorme soma de dinheiro e criaram muitos empregos, gerando lucro. Com isso, a destruição acabou sendo contabilizada positivamente do ponto de vista econômico, no que é chamado de Paradoxo de Érika. Este é um dos exemplos dados pelo filósofo Patrick Viveret em Reconsiderar a Riqueza, livro no qual defende que o modelo econômico atual não é sustentável. Viveret questiona o que faremos de nosso planeta, apontando caminhos que passam por novos diálogos e por uma transformação social e individual.

    (Flávia Ribeiro)

    Nome – Rumo à Ecossocioeconomia

    Autor – Ignacy Sachs

    Editora – Cortez

    Por que ler – O livro reúne uma seleção de ensaios e artigos de Ignacy Sachs, um dos mais importantes protagonistas do debate sobre o desenvolvimento sustentável e includente iniciado no mundo e no Brasil pela Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente, realizada em Estocolmo em 1972. Polonês naturalizado francês, Sachs cresceu no Brasil, formou-se adulto na Índia e integra os principais círculos do pensamento social do mundo. Ele defende a tese de que só pode haver desenvolvimento de fato quando se consegue aliar sucesso econômico à igualdade do bem-estar social e à preservação do meio ambiente. Idéias que começaram a ser mais bem compreendidas recentemente, diante das evidentes mudanças climáticas e da crise social e política mundial.

    (Luci Gomes)

    Nome – O Capitalismo na Encruzilhada

    Autor – Stuart Hart

    Editora – Bookman

    Por que ler – De um lado, alterações no meio ambiente que ameaçam o planeta e uma crescente preocupação com os efeitos da globalização. De outro, a pressão por lucros e a necessidade de encontrar novas estratégias para atingir esse objetivo. É nessa encruzilhada que as grandes empresas se encontram. E é nesse ambiente que o professor Stuart L. Hart, um dos papas do desenvolvimento sustentável, e o consultor C.K. Prahalad mostram como as empresas podem buscar soluções lucrativas que reduzam a pobreza ao mesmo tempo em que protegem o meio ambiente.

    (Luci Gomes)

    Economia dos bits

    Nome – Google: A História do Negócio de Mídia e Tecnologia de Maior Sucesso dos Nossos Tempos

    Autores – David A. Vise e Mark Malseed

    Editora – Rocco

    Por que ler – A história da empresa Google, sinônimo de buscas na internet, torna-se ainda mais impressionante quando se conhecem os detalhes de seu surgimento e de que maneira os jovens empresários inovaram na maneira de gerir a empresa. O livro, dos jornalistas David A. Vise e Mark Malseed, conta como os estudantes Larry Page e Sergey Brin se conheceram, na Universidade de Stanford, nos EUA, e como a afinidade intelectual entre os dois levou ao projeto audacioso, que viria a revolucionar o acesso à informação. Na narrativa, o aspecto humano da história ganha mais espaço do que as questões técnicas. A partir de entrevistas com ex-funcionários, investidores, concorrentes e parceiros, os Autor – es – descrevem a trajetória de sucesso da empresa, fundada em 1998, e que, em pouco tempo, deixou para trás os concorrentes como AltaVista e Microsoft. A dupla não apenas inovou tecnologicamente, mas também criou uma nova filosofia de negócios, que aposta no talento e na autonomia dos indivíduos. O Google, por exemplo, reserva 20% do período de trabalho para que os funcionários desenvolvam projetos próprios. Foi a partir daí que produtos de sucesso como Google News e Froogle foram lançados.

    (Luci Gomes)

    Nome – A Cauda Longa

    Autor – Chris Anderson

    Editora – Campus/Elsevier

    Por que ler – O novo modelo de distribuição de conteúdo e oferta de produtos, gerado a partir da convergência digital e da internet, abre espaço para que nichos de mercado antes considerados insignificantes tornem-se economicamente atrativos. E, portanto, tira a indústria do foco exclusivo dos chamados hits, para atender à demanda cada vez mais diversificada. Esse é o resumo da teoria da Cauda Longa, criada pelo editor-chefe da revista Wired Chris Anderson. Como o custo de produção e distribuição caiu, agora não é tão necessário massificar produtos em um único formato e tamanho para consumidores. Isso não significa que os “sucessos do momento” deixem de gerar obsessão. Mas há uma infinidade de outras oportunidades a serem exploradas pela indústria. Além de detalhar sua teoria, o Autor – aponta quais são as oportunidades dessa nova cultura.

    (Luci Gomes)

    Nome – A Sociedade em Rede

    Autor – Manuel Castells

    Editora – Paz e Terra

    Por que ler – Com o avanço da tecnologia da informação, o fluxo e a troca de capital e comunicação cultural são intensos e quase instantâneos, mudando profundamente a vida urbana, a política global e a natureza do tempo. Categorias e conceitos tradicionais, como o individualismo, relações de poder e tempo e espaço, deixam de fazer sentido, e surge um mundo verdadeiramente globalizado, no qual, “todos os processos se somam num só processo, em tempo real no planeta inteiro”. O sociólogo Manuel Castells analisa essa mudança da sociedade industrial para “informacional” e, por meio de uma ampla pesquisa de campo em diferentes lugares do mundo, apresenta os impactos globais e regionais dessa revolução.

    (Luci Gomes)

    Nome – Riqueza Revolucionária

    Autores – Alvin Toffler e Heidi Toffler

    Editora – Editora Futura

    Por que ler – O mercado para dados, informações e conhecimento cresce exponencialmente, desafiando e colocando à prova o conceito estabelecido de riqueza. Consumidores demandam incalculáveis quantidades de informação, empresas utilizam fluxos de dados sobre seu mercado e cientistas e pesquisadores reúnem descobertas e fórmulas do mundo inteiro. Ninguém sabe com precisão qual o tamanho do conhecimento, mas nunca tanto dinheiro circulou por meio da troca desses dados. Os Autor – es – Alvin e Heidi Toffler mostram que há uma transição em curso para a chamada “economia do conhecimento”. Uma verdadeira revolução do capitalismo, cujas implicações podem abalar muitos sistemas. Mas, se bem compreendida e administrada, levar à solução de inúmeros impasses da sociedade atual.

    (Luci Gomes)

    Nome – Wikinomics

    Autor – Don Tapscott e Anthony D. Williams

    Editora – Editora Futura

    Por que ler – Empresas inteligentes recorrerem à colaboração em massa com o objetivo de explorar a competência e a genialidade do coletivo e estimular a inovação, o crescimento e o sucesso. Por meio da internet e dos “wikis” – softwares ou páginas que podem ser editados por qualquer usuário –, uma massa global de pessoas anônimas pode contribuir com idéias inovadoras na produção de conteúdos, bens e serviços. Esse fenômeno, considerado um segundo estágio da Revolução da Informação, não deve ser encarado como uma ameaça, mas sim como um instrumento poderoso para o crescimento. Para Don Tapscott e Anthony D. Williams, diretores da empresa de consultoria e inovação New Paradigm, no Canadá, companhias que seguem o modelo tradicional – fechadas, hierarquizadas e que prezam o segredo industrial – estão fadadas ao fracasso. Segundo a dupla de Autor – es – , a colaboração é a senha para o desenvolvimento no século 21 e vai requerer reinvenção constante, tanto das empresas como dos profissionais.

    (Luci Gomes)

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