Um estúdio de design, em parceria com a Universidade de Oxford, descobriu o jeito científico de melhorar um prato sem mexer na receita: inventaram uma colher nova.
O objeto não tem nada de tecnológico: parece um pilão, feito de vidro ou madeira. Batizada de Gôute, a peça é criação do estúdio Michel/Fabian e foi testada em Oxford. A pesquisa concluiu que o sabor percebido pelos voluntários era 40% melhor do que a mesma comida provada com uma colher normal.
Tudo isso porque o formato, na realidade, foi minuciosamente pesquisado para mexer com o seu cérebro. Ele tenta imitar uma das suas primeiras experiências gastronômicas: lamber os dedos.
O projeto foi baseado na hipótese de que você come enfiando um objeto estranho na boca, de plástico ou de metal, e que isso, de alguma forma, afeta sua percepção da comida. A princípio faz sentido: para o seu cérebro, é muito mais fácil ignorar uma parte do seu próprio corpo do que uma ferramenta de metal entrando na boca. Assim, a colher acaba promovendo uma experiência similar à de comer com as mãos, sem o lado ruim de ter que limpar os dedos melados.
Pode ter um outro fator psicológico na jogada. Desde pequeno, você deve ter associado a experiência de comer algo muito gostoso com o ato de lamber os dedos. Quem nunca tomou bronca por deixar marca do indicador na sobremesa? O apelido do dedo, afinal, é fura-bolos.
De acordo com os criadores, a Gôute melhora a sensação de cremosidade e a intensidade dos sabores doces. A nostalgia induzida, porém, custa caro: uma colherzinha não sai por menos de 30 libras, ou cerca de 110 reais.