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Pneus que viram asfalto

Uma iniciativa do Consórcio Univias comprova que a tecnologia de reaproveitamento de pneus descartados pode ser adaptada à realidade brasileira. Além de trazer mais economia, resolve um grave problema ambiental.

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 19h04 - Publicado em 30 jun 2003, 22h00
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    Mariana Lacerda, de Porto Alegre, RS

    Brasil descarta anualmente mais de 30 milhões de pneus velhos em lixões, depósitos, quintais de casas e outros lugares improvisados, como beiras de rios e matas. Uma solução simples, mas eficiente, aplicada pelo Consórcio Univias pode mudar completamente essa realidade: transformar a borracha dos pneus em asfalto. A tecnologia existe no Estados Unidos, na Europa e na África do Sul desde 1960, mas chegou ao Brasil em 2001. O chamado asfalto-borracha utiliza em sua composição a borracha de pneus sem condições de rodagem. O primeiro quilômetro testado usou 750 pneus de carro e provou que essa é uma alternativa não somente mais econômica para a Univias, responsável pela concessão de 992 quilômetros de estradas no Rio Grande do Sul, mas um ganho de valor incomensurável para o meio ambiente.

    “Se 10% das estradas pavimentadas do Brasil fossem recuperadas com a borracha de pneu, mais de 16 milhões deles teriam destino certo”, diz o engenheiro Paulo Ruwer, coordenador do projeto da Univias. Sem falar na economia de 120 mil toneladas do asfalto propriamente dito, o derivado do petróleo usado para pavimentação de estradas. O grande problema dos pneus é que a sua principal matéria-prima, a borracha vulcanizada, não se degrada facilmente no meio ambiente: são necessários de 300 a 400 anos para que se decomponha. Se queimado a céu aberto, o pneu é altamente poluente, pois libera dióxido de carbono e enxofre. Pneus ao relento também são prejudiciais para a saúde pública, uma vez que acumulam água e, conseqüentemente, tornam-se lugar perfeito para a proliferação do mosquito da dengue.

    Para composição do asfalto-borracha, os técnicos usam o pneu triturado bem fino. O pó de borracha é, então, misturado ao asfalto e, depois, são acrescentadas britas. Está pronto o asfalto ecológico, como o material ficou conhecido. A receita pode parecer simples, mas não havia no mercado do Rio Grande do Sul quem trabalhasse com a trituração da borracha de pneu, tampouco quem, em seu processo produtivo, adicionasse o pó de borracha no asfalto. Foi preciso que empresas que trabalham com a fabricação de asfalto, como a Greco, e com a trituração de derivados de borracha, como a Microsul, deixassem de lado sua produção padrão por alguns dias para trabalhar com a borracha de pneu, um material completamente novo para elas. “Investi para provar que esse mercado pode e deve existir”, diz Daniel Puffal, dono da Microsul.

    A parceria culminou na aplicação do asfalto borracha no trecho de 1 quilômetro da BR-116, em 2001, e foi o teste final para o novo produto. Desde então, a Univias já restaurou 17 quilômetros e se prepara para expandir o projeto.

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