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Coletiva Sense8 na CCXP: “A série vai expandir na próxima temporada”

Confira como foi o bate-papo dos atores Alfonso Herrera, Aml Ameen e Jamie Clayton com a imprensa

Por Felipe Van Deursen
Atualizado em 22 fev 2024, 10h32 - Publicado em 4 dez 2015, 17h23
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O pavilhão quase lotado da São Paulo Expo, no segundo dia da Comic Con Experience, estava alheio – em meio a tantas atrações nos stands – às coletivas de imprensa que ocorreram em uma pequena e escondida sala do evento. Primeiro, os astros de Jessica Jones. Em seguida, três atores de outra série que o Netflix emplacou em 2015, Sense 8. Jamie Clayton (Nomi), Aml Ameen (Capheus) e Alfonso Herrera (Hernando) provocaram risos e lágrimas nos jornalistas presentes na curta, mas intensa, entrevista. A seguir, os melhores trechos

PRIMEIRA TEMPORADA

Jamie Tenho muito orgulho de fazer parte de uma série que criou uma relação tão profunda com fãs no mundo todo. Aqui no Brasil, essa energia, quero ficar aqui. Obrigada [em português]!

Aml Passamos duas semanas em San Francisco ensaiando, se preparando, se conhecendo, afinal são pessoas diferentes, de dinâmicas diferentes, culturas diferentes. Tudo para criar essa sintonia.

Jamie A gente saía muito para jantar. Enquanto eu trabalhava, gravava, eles iam a museus, passeavam. Estavam lá porque queriam fazer parte o tempo todo.

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SEGUNDA TEMPORADA

Aml Vai ser fantástica! (interrompendo, com bom humor, a pergunta sobre o que esperar de 2016)

Jamie Podemos dizer que lemos o script do primeiro episódio. A série vai se expandir na próxima temporada. Maior, melhor, mais rápida.

MENSAGEM DA SÉRIE

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Aml Vivemos num mundo com tanto preconceito, que esquecemos as coisas básicas. A série mostra essas oito pessoas distantes, mas conectadas, que se sentem vazias, mas que vão se juntando, aproximando. É o que precisamos. É o que Bob Marley dizia, “one love”.

Jamie A diversidade mostrada é profunda. Os personagens desconhecem cor, gênero, etnia. Eles apenas se ajudam. As pessoas precisam parar e se distanciar social, economicamente, e se ajudar. Pra minha sorte, tenho amigos que batem, quebram tudo, dirigem carros!

Alfonso [pedindo licença para falar em “portunhol”, mas fala em espanhol mesmo] Estamos todos no mesmo planeta. Temos que nos ajudar, que respeitar as diferenças. Ao mesmo tempo, essas diferenças nos fazem únicos. De alguma forma, estamos todos conectados, unidos, formando um todo. Curiosamente, essa união cresce nesses meios que democratizam essa interconexão, deixando-nos ainda mais hiperconectados. Obrigado.

Aml [referindo-se ao fato do colega falar em espanhol]Isso foi muito mais atraente do que estávamos dizendo.

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PERSONAGEM TRANS

Jamie Para mim, a importância é que a história da Nomi foi escrita por uma pessoa trans, que passou por essa experiência, dirigida por uma trans e eu sou trans, e tenho muito orgulho disso. Não é a primeira vez que isso é feito. Mas é a primeira vez que é feito numa escala desse tamanho, que alcança um público muito grande. Todos querem se relacionar. E tenho orgulho de ter mostrado isso. É algo muito pessoal para mim, quando alguém me diz, no Twitter ou outro lugar, que minha personagem marcou alguém. Sempre me emociono quando ouço alguém dizer que Lito [namorado de Hernando, vivido por Miguel Ángel Silvestre] e Hernando ou Nomi e Amanita [namorada de Nomi, interpretada por Freema Agyeman] proporcionaram uma sensação de pertencimento a alguém, algo que elas nunca sentiram [fica emocionada e tenta segurar o choro. É muito bom poder dizer para essas pessoas “você é boa o suficiente”. Não precisamos mais depender de outras pessoas que falem por nós. Somos nós! Posso olha no espelho e falar “você é boa o suficiente”. Eu estou muito feliz de poder ser uma fonte de inspiração para elas, então, obrigada.

ÁFRICA

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Aml O continente costuma ser tratado por Hollywood da mesma forma, o aspecto ditatorial do sofrimento e da dor. Quando fui ao Quênia gravar, o que mais me impressionou foi como as pessoas se envolvem, se engajam. Eles olham nos seus olhos de uma forma. No Ocidente, especialmente em Londres, onde vivo, as pessoas se cumprimentam e logo viram o rosto, seguem o caminho, apressadas. Lá elas me olhavam tão profundamente que me senti envolvido pelo Quênia. Olham de um jeito que diz “hoje vai ser um grande dia”. É maravilhoso.

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