Esses produtos prometem uma pele morena se baseando em três fatores. Primeiro, eles fazem a luz do Sol penetrar na pele devagarinho, barrando parte da radiação. É o mesmo princípio dos filtros solares, mas com uma intensidade bem menor. Enquanto nos filtros o fator de proteção é 15 ou 30, por exemplo, num bronzeador ele é de 2 ou 4 – o que significa que, se você estiver usando o produto, dá para ficar duas ou quatro vezes mais tempo debaixo do Sol que se estivesse com a pele desprotegida. O segundo princípio do bronzeador é lubrificar a pele. “Isso evita que ela descasque e faz com que a cor do verão dure mais tempo”, diz o dermatologista Luiz Carlos Cuce, do Hospital das Clínicas, em São Paulo. O terceiro segredo é a fórmula rica em betacaroteno, um pigmento que tinge a camada superficial da pele, aumentando a impressão de que ela ficou morena. “Essa substância se deposita na epiderme dando uma coloração dourada que se mistura à do bronzeado real”, afirma a dermatologista Nina Rosa Rigoni, de São Paulo.
Outro tipo de produto parecido, mas com uma ação diferente, é o creme de bronzeamento automático, também conhecido como autobronzeador. Quem passa o creme no corpo tem a pele escurecida por um tipo de açúcar, a dihidroxiacetona (DHA). Quando essa substância interage com a superfície da pele, as células ganham instantaneamente um tom amarronzado. É como se fosse uma camuflagem provisória, garantindo uma cor morena mais intensa que a dos bronzeadores comuns. O grande problema é que o tal creme precisa ser reaplicado a cada três dias. Conforme o corpo se livra das células mais antigas da camada externa da pele (veja na seção Saúde a pergunta sobre descamação), o bronzeado de laboratório também cai por terra. Uma coisa é certa: nem os bronzeadores tradicionais nem os automáticos protegem contra queimaduras. Por isso, mesmo que você já saia de casa com a pele morena, nem pense em economizar no filtro solar.