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Como é a vida dos pesquisadores na Antártida?

Como é a vida dos pesquisadores na Antártida? Guilherme, São Paulo/SP É, literalmente, uma gelada! Os pesquisadores brasileiros ficam lá de 40 a 60 dias, durante o verão, em temperatura de zero a 12 graus negativos. Eles trabalham em três frentes: num navio e em estações ou acampamentos no continente. “A Antártida é tão importante […]

Por Viviane Palladino
Atualizado em 22 fev 2024, 11h21 - Publicado em 18 abr 2011, 18h35
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  • Como é a vida dos pesquisadores na Antártida?

    Guilherme,

    São Paulo/SP

    É, literalmente, uma gelada! Os pesquisadores brasileiros ficam lá de 40 a 60 dias, durante o verão, em temperatura de zero a 12 graus negativos. Eles trabalham em três frentes: num navio e em estações ou acampamentos no continente. “A Antártida é tão importante quanto a Amazônia para entender o clima do Brasil. Também somos afetados pelos processos ambientais que ocorrem lá”, diz o glaciólogo e professor da UFRGS Jefferson Cardia Simões. O navio Ary Rongel tem um casco duas vezes mais espesso que os convencionais e um motor possante para quebrar placas finas de gelo. Ele sai em outubro e retorna em abril, levando até 27 pesquisadores e também equipamentos, alimentos e combustível para um ano, além de dois helicópteros pra fazer o traslado ao continente. São 12 dias de viagem, partindo do Rio de Janeiro. Pra voltar antes, só de avião. No mar, ornitólogos já vão estudando as aves; biólogos marinhos, analisando a migração das baleias; e oceanógrafos, observando as correntes marítimas, a temperatura e a composição da água. São 31 países presentes na Antártida. Estados Unidos, Rússia, Japão, França, Itália e Alemanha são os campeões em pesquisas científicas. O Brasil é o principal representante da América do Sul.

    No acampamento

    Pesquisadores ficam até 60 dias sem tomar banho!

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    Limitações – Segundo os pesquisadores, na estação eles vivem; no acampamento, sobrevivem. A energia – fornecida por dois geradores portáteis – precisa ser economizada para iluminar as barracas e alimentar os equipamentos. E o combustível só deve ser usado nas motos

    Higiene – Os pesquisadores ficam até 60 dias sem banho! A água (neve derretida) é mais usada para cozinhar, lavar o rosto e os dentes. Pra amenizar a inhaca, eles usam lenços umedecidos. As “necessidades” são feitas num buraco de 3 m de profundidade cavado na neve!

    Profissionais – Os pesquisadores que acampam são, em geral, glaciólogos (estudam o gelo e a neve), geólogos (pesquisam a evolução da crosta terrestre) e geofísicos (analisam a estrutura do planeta). Eles têm de apurar dados em vários locais. Se um cientista ambiental precisar coletar ar longe da estação, também vai pras barracas!

    Alimentação – Como a desidratação é comum, toma-se muita água. A comida é pronta, embalada a vácuo. Tem arroz, feijão e até estrogonofe. Por não haver cozinheiros, como na estação, o jeito é se virar com enlatados, massas e coisas bem calóricas – queijos, chocolates, barras de cereais, castanhas

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    Estrutura – São de seis a dez barracas polares de 2 m2, que abrigam até duas pessoas. Nas de convivência (uma ou duas bem maiores) ficam os laboratórios e rolam as refeições. E ainda há de quatro a seis motos de neve (cada uma reboca um trenó de 3 m), que transportam pesquisadores e equipamentos

    Na estação

    Casa “polar” tem até sala de ginástica!

    Limitações – Aquecedores mantêm a temperatura agradável e o chuveiro tem água quente. Mas ninguém sai com ventos acima de 60 km/h ou tempestades de neve. Por isso, boletins do tempo chegam a cada três horas. No verão há, em média, duas vagas por projeto para pesquisadores

    Higiene – Banho não é problema. A água é bombeada de uma lagoa e dura o ano todo. O perrengue é com os “restos mortais”. Fezes e urina são tratados antes de serem jogados no mar, para garantir que as águas continuem puras. Já o lixo é armazenado e levado de volta pelos navios

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    Profissionais – Por se deslocarem menos, trampam no local militares, meteorologistas, veterinários e pesquisadores das ciências atmosféricas (que estudam a radiação solar e a camada de ozônio) ou biólogos marinhos e químicos, que precisam ter acesso fácil ao mar – a estação fica numa ilha

    Alimentação – O rango é armazenado em três frigoríficos. Verduras cozidas são congeladas pra compensar a falta de folhas frescas. Quem fica fora da estação come mais chocolate, biscoitos e pratos quentes. Durante o ano, seis vôos de apoio levam itens que estragam com mais facilidade, como frutas

    Estrutura – A estação Comandante Ferraz é formada por várias estruturas de aço, que parecem contêineres. Tem biblioteca, internet, sala de ginástica e sala de secagem, onde ficam as roupas usadas em campo. Abriga até 50 pessoas (duas por quarto). E todas devem ajudar nas tarefas diárias

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