Essa cirurgia cardíaca consiste em retirar parte da veia safena, que fica na perna, para religar artérias do coração obstruídas por placas de gordura. Com a nova ligação, chamada de ponte pelos médicos, é possível normalizar a circulação de sangue no local e evitar um infarto fatal. O desenvolvimento dessa cirurgia pode ser considerado um feito multinacional: ela foi realizada pela primeira vez nos Estados Unidos (em 1967), por um médico argentino (Renné Favaloro). Desde então, a ponte de safena passou por vários aperfeiçoamentos. Antes era comum, por exemplo, que durante a operação o bombeamento de sangue do paciente fosse feito por uma máquina fora do corpo, pois o coração parava totalmente de bater. Hoje, há várias técnicas que apenas reduzem os batimentos cardíacos, tornando a cirurgia menos invasiva e arriscada.
As pessoas normalmente descobrem que precisam se submeter a uma ponte de safena de duas maneiras: ao demonstrarem sintomas físicos de problemas cardíacos (como dores no peito) ou após passarem por exames de rotina que podem indicar as obstruções. Caso as lesões nas artérias sejam identificadas, a ponte de safena não é a única opção de tratamento. Em alguns casos, é possível reverter a situação apenas com o uso de medicamentos. Outra saída menos traumática que a cirurgia é a angioplastia, na qual um longo e finíssimo tubo é introduzido no corpo da pessoa – a partir do braço, por exemplo.
Ele então é direcionado até a artéria e a desobstrui. “A angioplastia é mais recomendada se a obstrução estiver em local de fácil acesso. Se não for esse o caso ou o paciente apresentar lesões em várias artérias, a cirurgia é mais indicada”, diz o cardiologista Luís Alberto Oliveira Dallan, do Instituto do Coração (Incor), em São Paulo. Uma operação de ponte de safena leva de três a cinco horas e até cinco religações podem ser feitas de uma vez.
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O sangue oxigenado que vem dos pulmões precisa ser distribuído pelo coração por artérias que se chamam coronárias. Essas artérias podem acumular placas de gordura que obstruem a passagem do sangue. Como a circulação na região é difícil, o paciente passa a sentir dores no peito (angina). Quando 70% ou mais da coronária está obstruída, é recomendada a cirurgia de ponte de safena. Se ela não for feita, o paciente pode ter um infarto fatal
2. Atalho vital
Para evitar que o coração fique sem a oxigenação necessária, é preciso encontrar um novo caminho para a circulação voltar ao normal. Um pedaço de uma veia da perna chamada safena é extraída e enxertada no coração. Uma ponte, ou seja, uma nova ligação, é feita entre a aorta (principal artéria do corpo) e uma região da coronária que fica depois da parte obstruída pelas placas de gordura. O sangue então passa a utilizar o novo caminho e a oxigenação do coração está garantida
Para pacientes com até 60 anos, em vez da ponte de safena pode ser feita uma cirurgia usando uma das duas artérias mamárias, que ficam no peito. Nessa operação, a rota de uma mamária é desviada para ela chegar até o coração, servindo de caminho alternativo à coronária obstruída
2. Queda de braço
As pontes feitas com a artéria radial, retirada do braço, começaram a ser usadas no Brasil em 1993. O problema é que essa artéria pode apresentar espasmos que diminuem o fluxo de sangue. Para evitar as contrações involuntárias, o paciente usa medicamentos
3. Estômago forte
Uma outra opção é o uso da artéria gastroepiplóica, que fica abaixo do estômago. Numa cirurgia delicada, ela é levada até a artéria obstruída no coração, passando por um pequeno orifício aberto no diafragma, músculo que separa o tórax do abdômen
4. Bem das pernas
Em cada perna, nós temos duas veias safenas que se estendem pelo membro todo. A mais usada na cirurgia cardíaca é a safena magna, na parte da frente da perna, que é fácil de ser extraída