A família Azhdarchidae é caracterizada pelo tamanho enorme, pelo bico sem dentes (diferentemente dos pterodáctilos) e pelo pescoço longo. Eles foram os maiores animais voadores que já viveram. Nesta matéria, ilustramos o Arambourgiania philadelphiae, uma das espécies mais conhecidas desse grupo, descrita pela primeira vez nos anos 50 pelo paleontólogo francês Camille Arambourg. Assim como acontece com os outros pterossauros, muito do que se sabe sobre o esqueleto do Arambourgiania é uma dedução educada, sujeita a alterações perante novas descobertas. No entanto, estudos recentes sobre o voo e os hábitos desses animais têm diminuído o mistério sobre os gigantes voadores da Pré-História.
1) BICO
Inicialmente, achava-se que os Azhdarchidae se comportavam como abutres, usando o bico para perfurar carcaças e se alimentar delas. Depois, pensou-se que davam rasantes em áreas aquáticas para capturar presas. A teoria mais aceita hoje é que agiam como cegonhas: ficavam em pé no solo (ou próximo a rios) e capturavam pequenos mamíferos, répteis e peixes com o bico
2) SACOS AÉREOS
A exemplo dos pássaros atuais, os pterossauros possuíam sacos aéreos – bolsas espalhadas pelo corpo que se ligavam aos pulmões. O ar que entrava pelas vias nasais fluía por esses sacos infláveis, aumentando a absorção de oxigênio na respiração, diminuindo a densidade do animal e facilitando a dispersão de calor durante o voo
3) ASAS
As asas dos pterossauros eram compostas de fibras esguias chamadas actinofibrilas, além de vasos sanguíneos e músculos. Estudos apontam que as actinofibrilas serviam para ajudar no voo. Comprimindo ou distendendo-as, o animal conseguia controlar a rigidez da asa, impedindo que ela se debatesse com a ação do vento
4) TÉCNICA DE VOO
Uma vez no ar, o Arambourgiania preferia planar em vez de voar. Assim como aviões modernos, ele se aproveitava de fontes de ar quente para ganhar altitude. Estudos indicam que sua velocidade ficava entre 58 e 90 km/h, mas podia chegar a 173 km/h em alguns casos. E eles conseguiam voar por 16 mil km (a distância de Santiago, no Chile, a Mumbai, na Índia) sem colocar os pés no chão
I. O animal não corria antes de voar
II. Os joelhos eram flexionados e o peso jogado sobre os membros superiores
III. Os membros inferiores subiam enquanto os superiores davam suporte
IV. O animal corrigia a trajetória do tronco e da cabeça
V. Os membros superiores levantavam, já iniciando o bater das asas
CONSULTORIA David Hone, paleontólogo e professor da Queen Mary Universidade de Londres
FONTES Artigos On the Size and Flight Diversity of Giant Pterosaurs, The Use of Birds as Pterosaur Analogues and Comments on Pterosaur Flightlessness, de Mark P. Witton e Michael B. Habib, e Pterosaur Flight: The Role of Actinofibrils in Wing Function, de Christopher Bennett; livro Pterosaurs: Natural History, Evolution, Anatomy, de Mark P. Witton