1- Para ir ao ar, todo telejornal precisa ser abastecido com notícias. Os acontecimentos mais quentes, como acidentes de trânsito e crimes, chegam à redação através do trabalho da equipe de escuta, que telefona para bombeiros, centrais de polícia, hospitais, etc. atrás de informação, além de ficar de olho no rádio, em outras emissoras e na internet.
2- A notícia também pode ser fria – fatos já previstos na agenda, como inaugurações e reportagens sobre comportamento. Nesse caso, os produtores vão atrás de dados e de entrevistas e deixam tudo agendado para o repórter. É principalmente essa turma que se vê quando o jornal está no ar. O telefone deles, para não atrapalhar, não tem som – ao tocar, uma luz pisca.
3- A equipe de reportagem vai então para a rua. Cada carro leva um repórter, um cinegrafista, um auxiliar (que ajuda no som e na iluminação) e um motorista. O repórter faz as entrevistas e grava a passagem, que é a parte do vídeo em que ele aparece à frente da câmera. Ele também grava a narração da reportagem, que é chamada de off.
4- As reportagens locais chegam à redação em fitas, levadas pela própria equipe ou por um motoboy. Nos grandes telejornais há também conteúdo vindo dos quatro cantos do país e de correspondentes no exterior. Essas reportagens são transmitidas por meio de satélites, fibra óptica ou internet.
5- Com as fitas em mãos, é hora de editar o material. Na ilha de edição, um editor de imagem e um de texto unem o off do repórter às imagens filmadas pelo cinegrafista. Também decidem em que momento da matéria aparece a passagem e, em alguns casos, colocam até trilha sonora. Cada matéria tem cerca de um minuto e meio de duração.
6- Com as matérias editadas, o chefe de redação e os editores executivos montam no computador o espelho do jornal, uma espécie de tabela que mostra quanto tempo cada matéria vai ter e em que ordem cada uma vai aparecer – as mais impactantes costumam vir primeiro. No total, o jornal tem cerca de 35 minutos, já descontados os nove minutos de comerciais.
7- Quando se aproxima a hora de levar o jornal ao ar, o diretor de TV, o chefe de redação e os editores executivos seguem para uma sala de controle conhecida como switcher. É o diretor de TV que escolhe, por exemplo, para que câmera o apresentador vai olhar. Eles acompanham minuto a minuto a audiência, e podem deixar uma matéria que está dando ibope mais tempo no ar.
8- É claro que a reportagem pode ficar mais tempo no ar só se for ao vivo. Para transmissões em tempo real, usa-se o link, um equipamento que fica sobre uma van ou caminhão e manda a imagem para o satélite, que retransmite o sinal para a redação com atraso de alguns segundos. É por isso que às vezes o repórter tira o fone do ouvido, para evitar ouvir a própria voz com atraso e se confundir.
9- Se rolar alguma mudança, o chefe de redação se comunica com os apresentadores, que têm um ponto no ouvido. A maioria dos telejornais tem dois apresentadores, que costumam ser também editores do programa e, ao contrário do que diz a lenda, não vestem bermuda e chinelo por baixo da bancada.
POR TRÁS DAS CÂMERAS
As máquinas que deixam o telejornal bem na fita
As redações que servem de cenário para os telejornais parecem estúdios. A bancada fica em um palco, mais alta que o resto da redação. Há vários holofotes e três câmeras: uma para cada apresentador e uma geral, que mostra os dois. Alguns programas têm ainda uma câmera em uma grua, que faz a tomada de encerramento do programa. Há ainda um painel verde ou azul que fica atrás de cada apresentador. Sobre ele, um computador projeta imagens (a foto de alguém ou os números do dólar, por exemplo) através de uma técnica chamada chroma-key. Os textos que os apresentadores lêem aparecem no teleprompter, que fica acoplado à câmera para a qual eles olham.
CONSULTORIA: AÍLTON NASSER, CHEFE DE REDAÇÃO DO JORNAL DA RECORD