Black Friday: assine a partir de 1,00/semana
Continua após publicidade

Como o vírus do HIV age no organismo?

Ele ataca as células do sistema imunológico (linfócitos), alterando seu funcionamento e reduzindo sua contagem.

Por Julia Moióli
Atualizado em 22 fev 2024, 10h38 - Publicado em 8 abr 2015, 18h24
  • Seguir materia Seguindo materia
  • ME_159_virada_48_A ME_159_virada_48_A

    Ele ataca as células do sistema imunológico (linfócitos), alterando seu funcionamento e reduzindo sua contagem. Isso faz com que a capacidade de combater doenças seja comprometida gradativamente. “Ao longo dos anos, com a multiplicação do vírus e a diminuição das células T CD4+ a níveis críticos, o organismo fica vulnerável às infecções chamadas oportunistas, que comumente não acontecem em quem tem uma boa imunidade”, explica Alexandre Marra, infectologista do Hospital Israelita Albert Einstein. As mais comuns são nos pulmões, no trato intestinal, no cérebro e nos olhos. Nesse estágio, o paciente possui a síndrome da imunodeficiência adquirida (aids). Os medicamentos usados no tratamento atuam no sistema imunológico, porque bloqueiam o HIV nas diferentes fases do seu ciclo, reduzindo a quantidade do vírus no corpo.

    Multiplicar e conquistar

    HIV tem um décimo de milésimo de milímetro, mas causa um problemão

    1. O vírus é contraído pelo contato sexual ou com sangue contaminado. No primeiro caso, acredita-se que ele grude em células imunológicas chamadas dendríticas, presentes nas mucosas da boca, da vagina, do pênis, do reto e do trato gastrointestinal. Elas o transportam aos nódulos linfáticos (onde são produzidas e armazenadas células de defesa)

    2. Como precisa de uma célula hospedeira para se manter vivo, o HIV age já nas primeiras horas após a infecção. Ele tem uma espécie de “encaixe” que o conecta perfeitamente a receptores na membrana das células T CD4+, um tipo de linfócito que organiza a reação do corpo a invasores. Mas outros órgãos, como o cérebro, também podem ser afetados e usados como esconderijo

    Continua após a publicidade

    3. O vírus então libera uma enzima chamada transcriptase reversa, que altera seu próprio material genético, convertendo-o de RNA para DNA. Isso permite que ele se integre ao código genético da T CD4+. Uma das classes de medicamentos para tratamento anti-HIV bloqueia justamente essa enzima. O HIV pode permanecer inativo por muitos anos

    4. O invasor continua produzindo novas enzimas com diferentes funções, como a replicação de seu material genético, a criação de proteínas longas e a quebra dessas proteínas. Depois, esses “pedaços” são unidos ao seu próprio DNA. É isso que lhe permite criar a base para “se duplicar”. Parte do coquetel anti-HIV visa bloquear uma dessas enzimas, a protease

    5. O novo vírus se separa da célula T CD4+ e rouba uma parte de sua membrana, com todas as estruturas necessárias para se juntar a outra T CD4+ e reiniciar o processo. Isso significa que o HIV passou a gerar cópias de si mesmo. Com seu funcionamento gravemente afetado, as T CD4+ vão se tornando menos eficientes e perdendo sua habilidade de combater outras doenças

    6. O número de células T CD4+ diminui. Normalmente, temos entre 800 e 1200 delas por milímetro cúbico de sangue. Quando esse total fica abaixo de 200, o organismo se torna vulnerável a infecções oportunistas. Além disso, o paciente sofre com perda de peso, diarreia e problemas neurológicos. É a síndrome da imunodeficiência adquirida (aids)

    Continua após a publicidade

    Tragédia em quatro atos

    Infecção é classificada em etapas

    1. Infecção aguda

    De três a seis semanas, uma grande quantidade de vírus é produzida no corpo. Muitas pessoas costumam apresentar sintomas que descrevem como a pior gripe que já tiveram na vida

    Continua após a publicidade

    2. Fase assintomática

    O vírus está ativo, mas não enfraquece muito o organismo. Não há sintomas. Se a pessoa começar o tratamento, pode viver assim por décadas. Caso contrário, o estágio dura cerca de dez anos ou menos

    3. Fase sintomática inicial

    Os linfócitos T CD4+ começam a se reduzir drasticamente. Começam a surgir problemas como sudorese, fadiga, emagrecimento, diarreia, gengivite e herpes

    4. Aids

    Quando o número de células T CD4+ diminui e cai a níveis inferiores a 200 células/mm3, considera-se que a pessoa tem aids. Sem um tratamento adequado, o tempo de vida estimado é de três anos

    Consultoria Alexandre Marra, infectologista do Hospital Israelita Albert Einstein

    Fontes Sites aids.gov, aids.gov.br e National Institutes of Health

    Publicidade
    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Black Friday

    A melhor notícia da Black Friday

    BLACK
    FRIDAY
    Digital Completo
    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de 5,99/mês

    ou
    BLACK
    FRIDAY

    MELHOR
    OFERTA

    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba Super impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de 10,99/mês

    ou

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.