A chave desse cálculo foi encontrada medindo a quantidade de urânio e de chumbo nas rochas mais antigas do planeta. “Essa foi uma conseqüência da descoberta da radioatividade”, diz Marta Maria Sílvia Mantovani, do Instituto Astronômico e Geofísico da USP. Ela se refere ao processo pelo qual alguns elementos químicos, chamados radioativos, se decompõem, produzindo outras substâncias. É o caso do urânio, que, ao sofrer radiação, se transforma em chumbo. Na natureza, uma rocha que contiver urânio, depois de certo tempo terá apenas a metade da quantidade desse elemento. Esse tempo é chamado de meia-vida. Conhecendo-se a meia-vida do urânio, pode-se então calcular a idade da rocha – e a da Terra: cerca de 4,56 bilhões de anos.
Matemática radioativa
Conceito de meia-vida fornece a base do cálculo
1. A radiação faz os átomos de urânio perderem partículas, transformando-se em chumbo. Após certo tempo, chamado meia-vida, resta só metade do urânio
2. Conhecendo esse tempo de meia-vida e medindo a quantidade de urânio e de chumbo nas rochas mais antigas da Terra, calculou-se a idade do planeta