De várias maneiras, pois existem poeiras para todos os gostos ou desgostos.
A formação mais comum é fácil de perceber: cortesia do vento, que está sempre levantando uma boa quantidade de partículas de terra ou areia. Mas nem sempre a coisa é tão visível assim. Quem está acostumado a fazer a faxina de casa, sabe que poeira não precisa nem de vento nem de janela aberta para invadir uma casa. A dilatação do concreto por causa do calor e de pequenas vibrações na estrutura da residência já são motivos suficientes – e imperceptíveis – para que um pouco de pó se desprenda das paredes e apareça em ambientes fechados. Restos de seres vivos ou organismos microscópicos como o ácaro também podem entrar nessa receita. Como se não bastasse, o homem ainda dá uma bela mãozinha para criar outras formas de poeira – por exemplo, ao construir indústrias que soltam, pelas chaminés, partículas sólidas no ar; ao fazer queimadas ou mesmo ao acender um simples cigarro, já que a fumaça cheia de nicotina possui partículas microscópicas, mil vezes menores que 1 milímetro.
Aliás, quando os grãos de pó são bem pequenos, tornam-se capazes de realizar incríveis travessias suspensos no ar. “Há indícios de que grandes quantidades de partículas de areia são transportadas, pelo ar, da África até a selva amazônica”, afirma o físico Cláudio Furukawa, da USP. É claro que a natureza não propicia feitos como esse apenas para infernizar a vida das pessoas. Parece estranho, mas a poeira também é essencial para a vida na Terra. As nuvens, por exemplo, não seriam possíveis sem ela. É em torno de partículas de pó que a água evaporada condensa para voltar ao solo como chuva – a mesma chuva que, depois, retira até 90% da poeira do ar para que a gente possa respirar melhor.