O Fundo Monetário Internacional (FMI) nasceu em 1944, numa conferência realizada em Bretton Woods, nos Estados Unidos. As três décadas anteriores a sua criação haviam sido chacoalhadas por duas guerras mundiais e por uma grande recessão nos anos 30, eventos que devastaram as economias européia e americana. O FMI surgiu para trazer mais estabilidade ao câmbio dos países capitalistas e para levantar fundos que auxiliassem as nações com dificuldades financeiras. “Seu objetivo era reduzir a freqüência e a gravidade de déficits na balança de pagamentos dos países”, diz o economista Lawrence McQuillan, do Pacific Research Institute for Public Policy, em São Francisco, nos Estados Unidos.
Esse déficit na balança de pagamentos ocorre quando a quantidade de dinheiro que sai de um país é maior que o volume que entra. Durante os anos 80, vários países não conseguiram pagar suas dívidas externas e foram obrigados a realizar fortes programas de ajuste para receber empréstimos do FMI. “Como esses ajustes em geral significam uma recessão mais ou menos longa, o recurso ao FMI tem sido considerado um remédio amargo demais, que, embora cure, debilita as economias dos países que adotam suas recomendações”, diz o economista Paulo Sandroni, da Fundação Getúlio Vargas de São Paulo (FGV-SP). O dinheiro do fundo vem de cotas pagas pelos países membros – são cerca de 180. Quanto maior a contribuição financeira, maior o peso do país nas decisões tomadas pelo órgão.