A resposta se perdeu nas névoas do tempo. “Em quase todas as línguas existe essa história de que a prostituição é a profissão mais antiga do mundo, mas a verdade é que ninguém sabe por quê”, afirma a historiadora Marieke van Doorninck, da fundação A. de Graaf, na Holanda, um dos mais respeitados centros mundiais de estudos sobre a prostituição. Mas que essa profissão é antiga, é. Uma prostituta chamada Shamhata, por exemplo, tem um papel importante na lenda suméria de Gilgamesh, a mais antiga narrativa épica do planeta (2500 a.C.). Na Atenas do século VI a.C., as meretrizes já eram regulamentadas e pagavam rios de impostos ao Estado. O curioso é que sua forma mais antiga talvez seja a prostituição religiosa. O sexo fazia parte das atribuições das sacerdotisas em muitas religiões pagãs da antigüidade. Na Babilônia, dois milênios antes de Cristo, todas as mulheres eram obrigadas, antes do casamento, a servir durante pelo menos um dia como prostituta no templo de Ishtar, deusa do amor.
A renda obtida desse serviço era dividida entre o templo e os cofres da cidade. Às portas do templo, claro, havia sempre filas de pagantes que vinham de longe para o culto à deusa.