Existe, sim. Eles habitam as chamadas regiões afóticas (quer dizer, “sem luz”) dos oceanos, que surgem a partir de 200 metros de profundidade, onde os raios solares não conseguem chegar. Na falta de iluminação, não é possível a fotossíntese – portanto não há como sobreviverem plantas para alimentar animais herbívoros. Os seres que habitam essas áreas escuras são carnívoros ou detritívoros (que se alimentam dos cadáveres de outros animais que foram levados para o fundo do mar). Nas regiões afóticas, vivem espécies dotadas de uma capacidade especial chamadabioluminescência, que consiste na produção e emissão de luz pelo próprio animal a partir de reações químicas internas. A luz geralmente apresenta uma cor verde-azulada, embora também possam existir outros tons, como o vermelho e o amarelo. Esse diferente efeito visual, comum em certos tipos de peixes, crustáceos e medusas, tem várias utilidades.
Serve, por exemplo, para atrair presas, para defender o animal brilhante contra predadores e até para a comunicação entre parceiros durante os períodos de acasalamento. Alguns peixes de água doce, que habitam o interior de cavernas, também são capazes de sobreviver em ambientes sem luz. Eles são chamados de troglóbios e têm como principal característica o fato de serem despigmentados (sem cor) e completamente cegos. Muitos deles sequer nascem com olhos.