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– Como o vírus HIV age no organismo?
Não necessariamente benigno, mas existem muitos vírus que não são patogênicos, ou seja, que não causam doenças. Acredita-se, inclusive, que alguns deles ainda estão para ser identificados pela ciência. Com os avanços da medicina, é possível transformar esses vírus neutros – e até mesmo aqueles que são patogênicos – em ferramentas de tratamento médico. A hemofilia é um bom exemplo. Essa doença ocorre porque o gene fundamental para o processo de coagulação do sangue é deficiente, ou seja, não funciona. Na chamada terapia gênica, os médicos modificam o vírus em laboratório fazendo com que ele deixe de ser maligno. Depois, inserem nele o gene de que o sangue do paciente precisa, transformando o vírus em um vetor do bem. “Quando ele é injetado no fígado do paciente, por onde o sangue passa, as células desse órgão são infectadas pelo vetor e passam a produzir o fator de coagulação que faltava”, diz o virologista Arnaldo Ventura, da USP.
Outro fato curioso é que a ausência de determinados vírus pode trazer problemas. Um exemplo são os vírus presentes no intestino. Como eles infectam as bactérias que também vivem nessa região do corpo, são um dos elementos responsáveis pelo equilíbrio biológico gástrico. A falta deles pode provocar desequilíbrio devido à grande proliferação de bactérias. “Assim, a pessoa acaba sofrendo de diarréia ou gastroenterite (inflamação simultânea do estômago e dos intestinos), que podem se transformar em algo mais sério”, afirma Arnaldo.