Especial Namorados: Revista em casa por 9,90
Continua após publicidade

Mulheres que mudaram a história: a filósofa Hipácia de Alexandria

A filósofa e astrônoma mais importante de uma das cidades mais cultas do Ocidente foi torturada e assassinada por um grupo de cristãos

Por Tiago Cordeiro
Atualizado em 22 fev 2024, 10h07 - Publicado em 2 mar 2018, 13h03
  • Seguir materia Seguindo materia
  • hipacia-de-alexandria
    (Maurício Planel/Mundo Estranho)

     

    O que foi: Filósofa, matemática e astrônoma
    Onde viveu: Egito
    Quando nasceu e morreu: ?-415

    A turba enfurecida considerava que Hipácia era uma bruxa. Ela foi retirada de sua carruagem e levada para a Igreja Cesarión, dedicada ao imperador romano. Ali, o grupo de cristãos arrancou suas roupas e a espancou – ou, de acordo com outro relato, sua pele foi raspada com ostras. Seus membros acabaram arrancados e os restos mortais queimados. O ano era 415, e Alexandria foi declarada livre daquela pensadora pagã.

    Naquele momento, a cidade era uma sombra de seu passado. Criada em 332 a.C. por Alexandre, o Grande, manteve uma biblioteca onde estudaram vários dos mais importantes sábios gregos, egípcios, hebreus e sírios. A partir do ano 115 da nossa era, uma série de guerras e incidentes abalou a capital da cultura.

    CIDADE ARRASADA

    A cidade onde Hipácia nasceu havia sido arrasada por um tsunami no ano 365. A biblioteca, lentamente destruída, já não abrigava nem uma fração de seus livros. Ainda assim, Alexandria se mantinha um centro de referência. E ela era a filósofa e cientista mais respeitada da região.

    Nascida entre 350 e 370, ela era a única filha do matemático Téon de Alexandria. Passou os primeiros anos de sua formação em Atenas. Ao retornar para casa, tornou-se líder da escola neoplatônica.

    Continua após a publicidade

    Discutiu conceitos de aritmética, geometria e astronomia. Desenvolveu seu próprio hidrômetro e um astrolábio. Entre seus alunos havia seguidores da antiga religião greco-romana, judeus e cristãos. Mas a cidade se via dividida.

    Roma, que dominava a cidade desde o século 1, estava virtualmente arrasada: a data oficial para a queda do império é 476, poucas décadas adiante. Os muçulmanos ainda não haviam dominado o Egito, o que aconteceria no ano 641.

    No mundo em que Hipácia vivia, sua cidade caminhava para se tornar controlada pelo cristianismo. E ela era considerada uma ameaça por ser pagã e por ensinar filosofia grega. Quando a autoridade cristã se voltou contra o líder civil, a pensadora acabou vitimada.

     

     

    PROFESSORA INFLUENTE

    O bispo Cirilo de Alexandria começou a bater de frente com o prefeito Orestes, que tinha em Hipácia uma de suas mais importantes consultoras. Foi Cirilo quem armou para que um grupo de fiéis matasse a cientista e filósofa. Ele espalhou boatos de que ela fazia sacrifícios humanos.

    Continua após a publicidade

    Hipácia entrou para a história como um modelo de inteligência e de virtude – manteve-se celibatária a vida toda porque tinha o objetivo de dedicar todos os seus dias aos estudos. Recusou as investidas de vários de seus alunos que se apaixonaram por ela.

    No relato do historiador Sócrates, o escolástico, do século 5, não havia mulher mais bela nem mais inteligente. Já o bispo egípcio do século 7 João de Nikiû a descreveu como uma defensora do satanismo.

    Quanto a Cirilo de Alexandria, acabou sendo canonizado. Sua festa é celebrada no dia 27 de junho.

     

     

    Continua após a publicidade

    SEUS MAIORES ACERTOS

    SEUS MAIORES FRACASSOS

     

     

    Dica de filme
    Rachel Weisz interpreta Hipácia na produção espanhola Ágora, dirigida por Alejandro Amenábar

     

    Publicidade
    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
    Apenas R$ 5,99/mês*
    ESPECIAL NAMORADOS

    Revista em Casa + Digital Completo

    Nesta semana do Consumidor, aproveite a promoção que preparamos pra você.
    Receba a revista em casa a partir de 10,99.
    A partir de 9,90/mês

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a R$ 5,99/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.