Trata-se de uma tropa de voluntários de todas as nacionalidades, etnias e credos, reunidos para servir à França. Ela foi criada em 1831, durante o reinado de Luís Felipe (1830-1848). Naquela época, auge da Revolução Industrial, várias potências européias – principalmente França e Inglaterra – disputavam a Ásia e a África. Havia enorme interesse em dominar essas regiões, para obter matéria-prima para as indústrias, produzir alimentos e abrir mercado para os produtos europeus.
A criação da Legião Estrangeira surgiu nesse contexto. Em 1830, os franceses capturaram a fortaleza de Argel, iniciando a ocupação da Argélia sob forte oposição da população nativa, que organizou várias revoltas. Assim, no ano seguinte, Luís Felipe fundava a Legião, para defender os interesses franceses na África. A sede foi instalada em Sidi-bel-Abbès, no norte da Argélia, e lá permaneceu até a independência da colônia, em 1962, quando foi transferida para Aubagne (a cerca de 15 quilômetros de Marselha, sul da França). “O fato de não se exigirem documentos nem investigar o passado dos candidatos deu à tropa uma aura romântica”, diz a historiadora Tânia Regina de Luca, da Unesp. Várias figuras famosas integraram a Legião, entre elas o compositor americano Cole Porter (1893-1964). Ainda hoje, ela permanece uma unidade ativa de soldados profissionais especialmente treinados, somando em torno de 8 000 homens de várias nacionalidades – inclusive brasileiros.