ILUSTRA Tila Barrionuevo
EDIÇÃO Felipe van Deursen
É uma gigantesca distorção magnética criada pelo núcleo terrestre, que funciona como um ímã. O núcleo é dividido em duas partes, a interna, formada por ferro, níquel e outros metais em estado sólido, e a externa, em que esses elementos estão na forma líquida.
Por causa da rotação terrestre, os metais líquidos estão em movimento constante, o que produz correntes elétricas. Essa é a chamada Teoria do Dínamo, que diz que as cargas elétricas no núcleo externo originam o campo magnético, que exerce influência em todo o planeta. A principal função dele é a manutenção da atmosfera e, consequentemente, da vida na Terra.
O campo magnético protege as camadas de ar ao minimizar ataques de ventos solares. Sem tal defesa, as partículas lançadas pelo Sol arrancariam a atmosfera do planeta.
Um ímãzão desses, bicho!
Campo magnético influencia de minhocas até auroras boreais
1.PAREM AS MÁQUINAS
Quando erupções solares massivas entram em contato com o campo magnético da Terra, ocorre a tempestade magnética. Essas partículas ejetadas pelo Sol criam correntes elétricas, que interferem no campo da Terra. Assim, as perturbações afetam equipamentos de aviação, satélites, sistemas de comunicação e navegação
2.CORRA E OLHE O CÉU
As auroras boreal e austral são o resultado de tentativas de partículas carregadas, ejetadas pelo Sol, em penetrar na atmosfera. Quando esses íons atingem o campo magnético terrestre, eles são desviados, principalmente para os polos. Lá, interagem com os átomos de oxigênio e nitrogênio, que liberam fótons (partículas de luz), criando, assim, as auroras
3.ANIMAIS
Um estudo da Universidade do Texas (EUA) identificou uma molécula no cérebro da minhoca que age como um sensor que orienta o animal em relação ao campo magnético. Outro estudo diz que o magnetismo funciona não só como bússola mas também como visor para aves migratórias: ele reforça brilhos e cores no campo de visão dos pássaros, guiando-os
DE PONTA-CABEÇA
Nem sempre os polos magnéticos ficam no mesmo lugar
A ciência ainda não sabe por quê, mas os polos magnéticos não são fixos. Hoje, o polo norte magnético, de onde saem as linhas de campo, fica próximo do Polo Sul. Já o sul magnético, para onde as linhas vão, fica perto do Polo Norte. Por isso, as bússolas apontam o norte. A última vez que os polos estavam em posição invertida foi há cerca de 780 mil anos
CONSULTORIA Jorge Deveikis Junior, físico e mestrando em ensino de física pela USP
FONTES Faculdade de Ciências da Unesp (São Paulo), Serviço Geológico do Brasil, Physics.org, Cosmo Magazine, MIT, Inpe e Nasa; estudo A New Type of Radical-Pair-Based Model for Magnetoreception, vários autores