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O que é rastafarianismo?

É um movimento de caráter religioso, que, em meados do século 20, passou a reconhecer o primeiro imperador negro a governar um país africano como a encarnação do messias na Terra. Apesar disso, o rastafarianismo não é considerado uma religião oficial, pois não possui igrejas, nem um clero organizado. “O movimento rastafári é uma filosofia […]

Por Redação Mundo Estranho
Atualizado em 22 fev 2024, 11h02 - Publicado em 18 abr 2011, 18h54
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  • Bob Marley

    É um movimento de caráter religioso, que, em meados do século 20, passou a reconhecer o primeiro imperador negro a governar um país africano como a encarnação do messias na Terra. Apesar disso, o rastafarianismo não é considerado uma religião oficial, pois não possui igrejas, nem um clero organizado. “O movimento rastafári é uma filosofia de vida, que prega uma volta à África, às nossas origens, sempre respeitando a lei da natureza, o próximo e Deus”, diz o produtor cultural Alfredo Rasta, presidente da Associação Cultural de Reggae, em São Paulo. O movimento começou a surgir no final da década de 1920, quando o sindicalista jamaicano Marcus Garvey, baseando-se em idéias do Velho Testamento, passou a pregar que todos os negros deveriam retornar à África, a “Terra Prometida” para eles, de onde haviam sido retirados por causa da escravidão. Em 1929, quando pregava numa igreja, Garvey disse: “Olhem para a África. Quando um rei negro for coroado, a redenção estará próxima.”

    A afirmação foi tida como uma profecia, já que o negro Tafari Makonnen (1892-1975) autocoroou-se imperador da Etiópia um ano depois. Antes de ascender ao poder – onde permaneceu até 1974, quando foi deposto – Makonnen era chamado de “Príncipe Tafari”, ou Ras Tafari, no idioma local. Por isso, quem acreditava nas idéias de Garvey e via o imperador como um messias passou a ser chamado de rastafári. O próprio Makonnen ajudou a aumentar a aura sagrada em torno de si ao decidir adotar o nome Hailé Selassié, que significava “O Poder da Santíssima Trindade”. Mas, além do lado religioso, o rastafarianismo também teve importância política, lutando contra a opressão dos países colonizados. Hoje, muitos dos seus simpatizantes são vegetarianos, não bebem e defendem o uso da maconha de forma ritual, para estabelecer ligação com o mundo espiritual. As cores do movimento, verde, amarelo e vermelho, referem-se à bandeira etíope e lembram, respectivamente, a natureza, o ouro e o sangue da África e de seu povo.

    A importância do reggae Bob Marley ajudou a divulgar o movimento

    Também nascido na Jamaica, o reggae foi porta-voz de várias mensagens do rastafarianismo. Maior representante desse estilo musical, o jamaicano Bob Marley (1945-1981) ajudou a popularizar o movimento no mundo, como você pode conferir abaixo num trecho da letra da canção “Jah Live”, do disco Rastaman Vibration, de 1976. A música foi composta logo após a morte de Hailé Selassié.

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    JAH LIVE (Bob Marley & The Wailers)

    Fools sayin’ in their heart

    (No coração dos tolos é dito:)

    Rasta your God is dead

    (Rasta, seu Deus está morto)

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    But I and I know Jah! Jah!

    (Mas eu sei, eu conheço Deus! Deus!)

    Dreaded it shall be dreaded and dread

    (Que o temido seja temido)

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    Jah live! Children yeah!

    (Deus vive! Sim, crianças!)

    Jah-Jah live! Children yeah

    (Deus-Deus vive! Sim, crianças)

    Jah live! Children yeah

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    (Deus vive! Sim, crianças!)

    Jah-Jah live! Children yeah, Jah!

    (Deus-Deus vive! Sim, crianças)

    Leia também:

    – Como é feito um cabelo dreadlock?

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    – O que é a religião rastafári?

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