Existem dez bandeiras na Fórmula 1. A mais conhecida é a quadriculada, usada em todas as corridas para decretar o final da prova. Das outras nove, a maioria serve para evitar acidentes – aliás, foi para isso que as bandeiras apareceram.
As primeiras foram a vermelha (pare) e a amarela (atenção), que ganharam as pistas ainda em 1899. Quando a Fórmula 1 foi criada, em 1950, a sinalização já era bem parecida com a atual – as únicas novidades foram a preta e branca e a preta com círculo laranja, criadas em 1985.
(Até a década de 1970, a largada era dada por uma bandeira com as cores do país-sede, mas, com a invenção das luzes de largada, ela foi aposentada.)
Hoje, em apenas uma prova há mais de 150 fiscais de pista – como são conhecidos os “bandeiras”. Em geral, são voluntários que fazem um plano de carreira até chegar à Fórmula 1. Começam a bandeirar em provas de kart e passam por categorias intermediárias, como a Fórmula 3. Portanto, se você quiser trabalhar no GP Brasil, comece pelas modalidades menos concorridas e ganhe experiência.
Amarela
Perigo na pista. Normalmente, é mostrada quando há um carro acidentado no caminho. O piloto é obrigado a reduzir a velocidade e as ultrapassagens ficam proibidas. Às vezes, um fiscal agita duas bandeiras amarelas ao mesmo tempo. Nesse caso, a pista está obstruída e o piloto tem que se preparar para parar o carro ou mudar de direção.
Vermelha
Paralisa a prova ou o treino após um acidente. Todos os pilotos retornam aos boxes e aguardam uma decisão da direção da prova. No GP Brasil de 2009, a bandeira vermelha foi agitada após um grave acidente do espanhol Fernando Alonso. Decidiu-se pelo encerramento da prova quando ainda faltavam 17 voltas para o final.
A temporada de 2021 foi a que a bandeira vermelha mais foi usada. Das 79 vezes que a bandeira apareceu desde o início da Fórmula 1, 6 rolaram em 2021. Haja acidente.
Verde
Suspende o efeito da amarela, indicando a volta à normalidade e reautorizando as ultrapassagens. A bandeira verde produz uma espécie de relargada, já que, com a pista obstruída, os carros voltam a ficar emparelhados.
Amarela e vermelha
Informa que alguns trechos da pista têm água ou óleo e, portanto, estão escorregadios. Quando começa a chover, o fiscal segura a bandeira com uma das mãos e aponta a outra para o céu. Nesse caso, a equipe se prepara para trocar os pneus lisos pelos com ranhuras, conhecidos como “biscoito”.
Azul
Indica que um carro mais rápido se aproxima e, portanto, a ultrapassagem deve ser facilitada. O piloto mais lento pode receber até três bandeiras azuis antes de ceder. Quem desrespeita essa orientação costuma ser punido com uma parada nos boxes.
Branca
Faz par com a azul, indicando a um piloto mais rápido a presença de um mais lento à frente. Quando é agitada, informa que a lentidão pode estar obstruindo o caminho.
Quadriculada
Encerra a corrida ou a sessão de treinos. O primeiro a vê-la é o campeão da prova. Quer dizer, o correto é que isso aconteça, mas não foi o que ocorreu no GP Brasil de 2002. Na ocasião, a quadriculada estava nas mãos de Pelé. Só que o Rei emendou um papo com o diretor da prova e esqueceu de agitar a bandeira para o vencedor, o alemão Michael Schumacher.
Preta
Obriga o piloto que cometeu alguma infração a entrar nos boxes na volta seguinte. Normalmente, resulta em desclassificação. É mostrada junto com o número do carro do infrator.
Preta com círculo laranja
Avisa a um piloto que seu carro tem problemas mecânicos. Também é mostrada com uma placa que indica o número do carro e obriga a parada nos boxes para a realização do conserto. É a mais incomum, já que o piloto e a equipe costumam perceber os problemas antes dos fiscais.
Preta e branca
Indica conduta antidesportiva (uma fechada arriscada, por exemplo) e, assim como as outras duas pretas, vem junto com o número do infrator. Da primeira vez, o piloto não é punido e pode continuar normalmente na prova. Mas, se repetir a barbeiragem, recebe a bandeira preta e vai direto para o chuveiro (ou melhor, para os boxes).