Primeiro, por um motivo óbvio: elas já são compradas esterilizadas, como qualquer outro material hospitalar.
Segundo, por que, nos EUA, condenados à morte estão sob supervisão da Anistia Internacional. Essa ONG internacional que supervisiona a aplicação dos Direitos Humanos se certifica de que os detentos estão em condições humanitárias mínimas – o que inclui um ambiente saudável, sem risco de infecção.
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Terceiro, porque a lei prevê apenas a execução como forma de punição. Nenhum outro “castigo” extra, como o risco de infecções, a tortura durante o cárcere ou o tratamento desumano, está previsto na legislação norte-americana. Os condenandos precisam morrer pelo efeito da injeção letal, e não por uma acidental agulha infectada.
Além disso, existem os casos raros (porém reais) de execuções que são suspensas ou revogadas poucos segundos antes de serem realizadas. Em outubro de 1983, por exemplo, o norte-americano James Autry já estava amarrado a uma maca numa penitenciária federal no Texas, com o braço perfurado pela agulha, quando a Justiça pediu o adiamento de sua execução. Se a agulha estivesse infectada, o detento poderia morrer pela doença, em vez de cumprir sua pena – a execução letal acabou acontecendo cinco meses depois, em março.
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No caso de um detento que fosse eventualmente inocentado, mas tivesse contraído uma doença com a agulha infectada, ele teria motivos de sobra para processar o Estado por negligência. E, num país com intensa judicialização como os EUA, suas chances de vencer o processo seriam grandes, especialmente se a doença contraída fosse grave. Portanto, a esterilização é também uma precaução jurídica.
Por último, as agulhas esterilizadas também garantem a segurança dos médicos, enfermeiros e carcereiros que coordenam a execução, caso algo dê errado e o detento resista violentamente à condenação.