O garoto morava no número 8 porque o seriado foi criado e exibido pela emissora mexicana Televisa, que era transmitida no canal 8. Do mesmo jeito que a Globo é associada ao canal 5 em São Paulo e ao 4 no Rio de Janeiro, por exemplo.
Para os que não são tão fãs do programa, é bom dizer que Chaves não habita o barril: ele supostamente reside na porta número 8 da vila – mas é impossível saber se isso é verdade, pois a casa nunca é mostrada.
Assim, o programa pôde ser batizado como El Chavo del Ocho (em português, “o garoto do oito”, em referência tanto à sua casa quanto ao canal).
Chavo é uma gíria mexicana que significa “moleque” ou “pivete”, e é assim que ele é chamado por todos os outros personagens na versão original, em espanhol. O nome verdadeiro do protagonista interpretado por Roberto Bolaños jamais é revelado.
A dublagem brasileira transformou a palavra chavo no nome Chaves, e acabou estragando uma piada recorrente no programa: em espanhol, o menino era sempre interrompido quando estava prestes a dizer seu nome.
Originalmente, Bolanõs planejava que Chaves morresse após ser atropelado por um carro. A filha do ator o aconselhou a não concretizar a tragédia. O órfão, que passa seus dias enfiado num barril, apareceu pela primeira vez na TV mexicana no dia 20 de junho de 1971, e chegou ao Brasil apenas na década seguinte, em 1984.
O número da casa de Dona Clotilde, interpretada por Angelines Fernández, também não é aleatório: corresponde ao ano em que começaram as gravações do programa. A “bruxa do 71” vive junto de seu cãozinho, Satanás, e morre de amores por Seu Madruga, para quem cozinha bolos e frangos assados.
Na vida real, a atriz tinha um lado bem hardcore: foi uma guerrilheira que lutou contra a implantação da ditadura fascista de Francisco Franco durante a Guerra Civil Espanhola.
Correção: passamos a informar os números do canal analógico correspondente à Globo em dois estados brasileiros.