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Por que a Grã-Bretanha disputa os Jogos Olímpicos como uma única nação?

E mais: por que "Grã-Bretanha" se a equipe inclui a Irlanda do Norte – que é parte do Reino Unido, mas não da Grã-Bretanha? Entenda a grande treta desportiva dos domínios de Elizabeth II.

Por Gabriela Portilho, Bruno Vaiano
Atualizado em 22 fev 2024, 10h14 - Publicado em 9 Maio 2017, 13h05
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  • Em poucas palavras, a resposta é: por tradição. Não há um critério.

    Na Copa do Mundo, cada país componente do Reino Unido tem sua própria seleção. A Inglaterra e a Escócia são as duas potências mais antigas do beautiful game e já eram rivais desde o século 19, antes de a Fifa existir. É por isso que, no caso específico do mundial de futebol, os países sob jugo de Elizabeth 2ª preferiram seguir disputando separadamente, como nos velhos tempos.

    Nos Jogos Olímpicos, por outro lado, todos os territórios de alguma maneira associados à coroa britânica competem sob a etiqueta Grã-Bretanha – que, veja bem, é diferente de Reino Unido. Grã-Bretanha é o nome da maior ilha do arquipélago, onde ficam três países: Inglaterra, Escócia e País de Gales. Já o nome Reino Unido inclui a Irlanda do Norte, pois se refere à unidade politica entre esses quatro países, e não à geografia.

    Em resumo:

    Grã-Bretanha: ilha onde ficam Escócia, Inglaterra e País de Gales.
    Reino Unido: país formado por quatro nações: Inglaterra, Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte.

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    O negócio fica confuso porque, embora os competidores sejam identificados nos uniformes e placares como Grã-Bretanha (GRB), na prática eles podem vir de diversos lugares que pertencem ao Reino Unido mas não ficam na ilha da Grã-Bretanha – sendo o caso mais óbvio, é claro, a Irlanda do Norte. Há outros dois territórios em situação similar à da Irlanda do Norte: a Ilha de Man e as Ilhas do Canal.

    Para piorar, alguns territórios ultramarinos distantes, como as Ilhas Malvinas (Falkland) e Gibraltar, sequer são considerados parte do Reino Unido – muito menos da Grã-Bretanha, é claro –, mas também entram no rolo. A Associação Olímpica Britânica (BOA) é responsável pelas delegações de toda essa galera.

    A razão disso é histórica. Essa união ocorre desde os primeiros Jogos Olímpicos modernos, realizados em 1896. Originalmente, só a Grã-Bretanha disputava, e hoje a marca GRB nos uniformes e placares está tão bem estabelecida que ficou difícil mudá-la. Além disso, adotar Reino Unido em vez de Grã-Bretanha até resolveria o problema da Irlanda do Norte e das ilhas menores, mas deixaria de fora as Malvinas e Gibraltar. Ou seja, seria meia solução.

    A própria BOA já declarou: “Nem Reino Unido nem Grã-Bretanha (…) seriam representativos de todos os territórios que caem sob jurisdição da BOA. Embora a BOA sempre tenha buscado reconhecer a valiosa contribuição dos territórios que contribuem com nosso sucesso olímpico, o Comitê Olímpico Internacional sempre reconheceu o time como GRB, desde o começo, em 1896.”

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    Também é bom lembrar que a união permanece, sob qualquer nome que seja, porque a separação não é de interesse de ninguém: sozinha, a Inglaterra ficaria abaixo da Rússia no ranking de medalhas, e os outros territórios iriam para os cafundós da tabela.

    Desunidos não venceremos: para onde iriam as medalhas da Grã-Bretanha nos Jogos Olímpicos de 2016 se as federações jogassem separadamente:

    103 – Inglaterra;

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    16 – Escócia;

    9 – País de Gales;

    1 – Ilha de Mann;

    1 – Ilhas do Canal.

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