Não há uma razão específica. Tudo indica que a própria evolução da espécie é responsável pela profusão de cores na cara e na bunda dos mandris, um grupo de babuínos encontrado somente nas florestas tropicais de países africanos como Camarões, Gabão, Congo e Guiné. No rosto do bicho, a combinação carnavalesca inclui um focinho avermelhado rodeado por sulcos azuis, barba laranja e bigodes brancos. Mais embaixo, lá nas cadeiras, a pele é predominantemente lilás, mas ganha um tom roxo-avermelhado perto das bordas. O grande mistério é explicar como o mandril se tornou o mamífero mais colorido da natureza. Os cientistas já descobriram, por exemplo, que as cores são mais vivas nos machos – entre eles, os líderes do grupo são ainda mais chamativos. Pode ser que essas alterações estejam relacionadas à maior presença de testosterona, o hormônio sexual masculino, mas ninguém tem certeza disso. Ainda com relação às cores, outra característica curiosa é que, quando o mandril fica nervoso ou excitado, o brilho de seu pêlo acentua-se ainda mais. Por enquanto, isso é tudo o que se sabe sobre a aparência extravagante desses babuínos, que estão entre as maiores espécies de macacos e podem chegar a 90 centímetros de comprimento. Vivendo em grupos de até 50 indivíduos liderados por um macho dominante, os mandris são principalmente herbívoros, mas também podem se alimentar de insetos e pequenos vertebrados. Para se proteger de seus predadores, especialmente dos leopardos, eles escancaram a boca e exibem seus grandes e afiados caninos superiores. Por causa da destruição das florestas onde vivem, os mandris figuram na lista de animais ameaçados de extinção. O jeito é protegê-los em zoológicos, onde a espécie pode viver por mais de 40 anos.