A maior é a Betelgeuse, um monstro que chega a ter 870 bilhões de quilômetros de diâmetro, cerca de 625 vezes o tamanho do Sol. “Para dar uma idéia de sua grandeza, se ela fosse colocada no meio do sistema solar, preencheria todo o espaço até a órbita de Júpiter”, diz o astrônomo Augusto Daminelli, da Universidade de São Paulo (USP). A Betelgeuse tem esse tamanho todo porque é uma estrela velha, do tipo gigante vermelha, que durante o último bilhão de anos (de uma vida total de cerca de 10 bilhões) vem passando por um crescimento descomunal. Isso acontece porque o hidrogênio de seu núcleo, que serve de combustível para o brilho, está se esgotando. A estrela, então, começa a queimar hidrogênio das camadas mais externas, aumentando muito de tamanho. O comportamento desse tipo de estrela é bem diferente do normal.
Instáveis, elas pulsam com força no meio do espaço. O diâmetro da Betelgeuse, por exemplo, oscila entre 600 e 870 bilhões de quilômetros a cada cinco anos. Em alguns milhões de anos, ela irá explodir e virar uma supernova, brilhando tanto quanto a Lua por alguns meses até se tornar invisível a olho nu. Apesar do tamanho impressionante, esse exagero estelar não chega a ser o astro mais luminoso que se conhece. Nesse quesito, a vencedora é a Rigel, uma supergigante azul mais jovem que a Betelgeuse. Justamente pela juventude, a Rigel tem mais hidrogênio para queimar e irradia uma luz muito mais intensa. Para quem olha da Terra, no entanto, a estrela que parece mais brilhante é a Sirius, por uma razão simples: ela fica 90 vezes mais perto de nosso planeta que a Rigel.
Ainda pela proximidade, os planetas Vênus e Júpiter parecem mais radiantes que qualquer estrela, apesar de só refletirem a luminosidade do Sol. No extremo oposto das grandezas do Universo, os menores corpos brilhantes são as estrelas de nêutrons. São astros mortos, formados depois que estrelas com massa pelo menos cinco vezes maior que a do Sol perdem toda sua força e acabam se contraindo. A compressão é tanta que elas ficam do tamanho de uma cidade pequena. “Por enquanto, a menor estrela conhecida é a RXJ-1856-37, com diâmetro de apenas 14 quilômetros”, afirma o astrônomo Jorge Horvath, também da USP. Como esses corpos apresentam uma massa equivalente à do Sol apertada num espaço minúsculo, eles podem ser considerados como átomos gigantes e superpesados que vagam pelo espaço.
Tendo como base as Três Marias, dá para localizar o maior astro e os mais brilhantes
Rigel
Seu brilho não tem concorrência: é 25 mil vezes maior que o do Sol. Mas, como ela está a 773 anos-luz, não é a mais radiante vista da Terra
Sirius
Parece ser a mais radiante por estar mais próxima da Terra, a cerca de 8,6 anos-luz um ano luz equivale a 9,4 trilhões de quilômetros. No entanto, brilha apenas 23 vezes mais que o Sol
Betelgeuse
A campeã de tamanho é 625 vezes maior que o Sol e brilha 21 mil vezes mais que ele. Fica a 427 anos-luz de distância do nosso planeta