Denílson é o campeão absoluto: 37 milhões de dólares. O valor pago pelo Betis, em 1997, pelo ex-atacante do São Paulo equivale à soma do que se pagou por Falcão (do Internacional para a Roma, por 9,4 milhões), Zico (do Flamengo para a Udinese, por 7,8 milhões), Careca (do São Paulo para o Napoli, por 5,3 milhões), Cerezo (do Atlético Mineiro para a Roma, por 7,8 milhões) e Romário (do Vasco para o PSV, por 6,5 milhões). E Denílson não é o craque brasileiro mais valioso do mundo: Ronaldo trocou a Internazionale de Milão pelo Real Madrid, em 2002, por 46 milhões. Para chegar à lista dos craques mais caros da história do nosso futebol, reunimos os dados das maiores negociações com clubes estrangeiros em várias épocas e corrigimos os valores de acordo com a inflação acumulada até hoje. Negócios envolvendo jogadores como parte de pagamento não foram contabilizados. Também não consideramos vendas com valores de salários acoplados. Por essa razão, a transferência de Pelé para o New York Cosmos, em 1975, ficou de fora da lista dos dez maiores negócios, apesar de ter envolvido 22 milhões de dólares (valor corrigido) – ficaria em segundo lugar. Como ele já tinha se aposentado do Santos, a bagatela foi toda para sua conta bancária, como salário por duas temporadas.
As maiores boladas
Seus passes valeram uma fábula, mas o desempenho ficou no faz-de-conta*
10. Fábio Rochemback
Valor corrigido (em milhões de dólares) – 13,1
Ano – 2001
Clube vendedor – Internacional
Clube comprador – Barcelona (Espanha)
Valeu quanto custou? – Não. Teve bons momentos no time catalão, mas nunca se fixou como titular. Seu principal inimigo foi o temperamento instável: logo que chegou, quase quebrou a perna do lateral Reiziger durante um treino e comprou uma briga com cartolas por querer esticar suas férias. Em 2003, transferiu-se para o Sporting, de Portugal, onde permanece até hoje.
9. Djalminha
Valor corrigido (em milhões de dólares) – 13,3
Ano – 1997
Clube vendedor – Palmeiras
Clube comprador – La Coruña (Espanha)
Valeu quanto custou? – Sim, embora tenha deixado o clube espanhol pela porta dos fundos, depois de dar uma cabeçada no treinador Javier Irureta. Foi a única forma de convencer o presidente do clube a negociá-lo. Afinal, antes da separação, Djalminha liderou o La Coruña na conquista do seu primeiro título espanhol, em 2000. No início deste ano, o gênio rebelde pendurou as chuteiras.
8. Serginho
Valor corrigido (em milhões de dólares) – 14
Ano – 1999
Clube vendedor – São Paulo
Clube comprador – Milan (Itália)
Valeu quanto custou? – Sim. Apesar de ter perdido um pênalti na final da última Copa dos Campeões, o ex-lateral esquerdo do São Paulo é querido pelo dono do Milan e primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi. Foi ele quem o apelidou de “Concorde”, graças às suas rápidas arrancadas. Embora não seja um titular absoluto, não passa nem perto das listas de transferências.
7. Christian
Valor corrigido (em milhões de dólares) – 14,3
Ano – 1999
Clube vendedor – Internacional
Clube comprador – Paris Saint-Germain (França)
Valeu quanto custou? – Não. O ex-centroavante colorado até marcou seus golzinhos na França, mas nem passou perto do matador aguardado pela torcida do PSG. Em compensação, assim que se desfez de Christian, o clube comprou outro gaúcho, Ronaldinho, que lhe renderia um lucro de mais de 20 milhões de dólares alguns meses depois, ao ser vendido para o Barcelona.
6. Vampeta
Valor corrigido (em milhões de dólares) – 16,9
Ano – 2000
Clube vendedor – Corinthians
Clube comprador – Internazionale (Itália)
Valeu quanto custou? – Não. Na verdade, nem a Inter nem Vampeta se mostraram muito interessados no sucesso do negócio. O volante nunca escondeu que o que lhe interessava eram os milhões depositados na sua conta e o clube italiano nunca pensou em substituir Seedorf, o titular da época. Testado em poucos jogos, Vampeta fracassou, mas fez um bom pé-de-meia.
5. Fábio Júnior
Valor corrigido (em milhões de dólares) – 17,5
Ano – 1999
Clube vendedor – Cruzeiro
Clube comprador – Roma (Itália)
Valeu quanto custou? – Não. Depois de arrebentar no Brasileirão de 1998, o atacante cruzeirense foi apontado como o novo Ronaldo. Mas fracassou na Europa e a Roma o despachou de volta para o Cruzeiro, sem cobrar nada e ainda pagando uma parte do seu salário. Não adiantou: foi mal no Cruzeiro, no Palmeiras e no Atlético Mineiro, onde está hoje.
4. Alex
Valor corrigido (em milhões de dólares) – 18
Ano – 2000
Clube vendedor – Palmeiras
Clube comprador – Parma (Itália)
Valeu quanto custou? – O negócio foi tão confuso que fica difícil achar que todos saíram perdendo. Apesar das cifras astronômicas do negócio, Alex nunca jogou pelo Parma. De cara, foi emprestado para o Flamengo com a desculpa de que não teria lugar no time italiano. Coincidência ou não, a Parmalat, que patrocinava o Verdão e o Parma, faliu logo depois, atolada em fraudes contábeis.
3. Roque Júnior
Valor corrigido (em milhões de dólares) – 18
Ano – 2000
Clube vendedor – Palmeiras
Clube comprador – Milan (Itália)
Valeu quanto custou? – Em termos. Não teve uma passagem inesquecível pelo Milan, mas não foi um mau negócio. Na temporada 2002/03, encerrada com o título da Copa dos Campeões, foi titular em vários jogos. Tanto que chegou a ser sondado pelo Real Madrid antes de se transferir para o Leeds, da Inglaterra. Hoje está no Bayer Leverkusen, da Alemanha, ao lado do brasileiro Juan.
2. Geovanni
Valor corrigido (em milhões de dólares) – 19,7
Ano – 2001
Clube vendedor – Cruzeiro
Clube comprador – Barcelona (Espanha)
Valeu quanto custou? – Não. Geovanni chegou ao Barça junto com o argentino Saviola e foi direto para o banco. Uma série de contusões pioraram as coisas e o jovem craque partiu para o Benfica, de Portugal. Apesar de não ter retomado o futebol apresentado no Cruzeiro, na última temporada Geovanni ajudou o clube português a conquistar o título nacional após 11 anos de jejum.
1. Denílson
Valor corrigido (em milhões de dólares) – 36,9
Ano – 1997
Clube vendedor – São Paulo
Clube comprador – Betis (Espanha)
Valeu quanto custou? – Não foi um fracasso total – tanto que está no Betis até hoje -, mas com certeza ficou bem abaixo do que se esperava do jogador mais caro do Brasil. Após algumas temporadas irregulares, o ex-atacante são-paulino se machucou, ficou de molho por oito meses e nunca mais voltou a ser titular. O craque do time é outro brasileiro: Ricardo Oliveira, contratado por meros 5 milhões de dólares.
*Até o fechamento desta edição a transferência de Robinho para o Real Madrid não tinha sido concluída