Foi uma russa que teve 69 filhos entre 1725 e 1765, segundo o Guinness. O livro dos recordes não registra o nome da supermãe, mas afirma que ela era a esposa do camponês Feodor Vassilyev, que, é claro, não tinha televisão em casa. Durante os 40 anos de maternidade intensiva, a senhora Vassilyev teve 27 partos: 16 gêmeos, 7 trigêmeos e 4 quadrigêmeos. Mas o Guinness também condecora uma outra mãezona, a chilena Leontina Albino, como a maior “mãe dos tempos modernos”. Leontina clamava ter tido 64 filhos, mas “apenas” 55 deles foram documentados, entre 1943 e 1981. As gestações múltiplas em mulheres são fato raro na medicina. “A espécie humana e os mamíferos de maior porte, em geral, têm gestação única ou, no máximo, dupla”, diz o ginecologista Caio Parente Barbosa, professor de genética e reprodução humana da Faculdade de Medicina do ABC. “Essas mulheres provavelmente tinham um defeito genético qualquer que fazia com que gerassem muitos óvulos”, afirma. As gestações de múltiplos, além de raras, são perigosas para as mães. Como a gravidez “rouba” energia da mãe, quanto mais filhos no útero, maior o “assalto”. As gestações múltiplas aumentam ainda a possibilidade de infecção, de ruptura uterina, de diabetes e de hipertensão. No Brasil, a mulher que mais deu à luz foi Madalena Carnaúba, de Ceilândia (DF), que teve 32 rebentos. Hoje, cada família brasileira tem em média 1,6 filho, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).