Até agora, o recorde pertence à região central da Antártida, onde fica a base russa de Vostok. “Por lá, foram registradas em 1983 temperaturas mínimas de -89,2 ºC. No inverno, os termômetros chegam a -70 ºC todos os anos. No verão, a coisa não melhora muito, já que a média não passa de -50 ºC”, diz o glaciologista Jefferson Cardia Simões, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
Entretanto, os cientistas acreditam que pode haver um ponto ainda mais gelado no próprio continente antártico. Batizado de Domo A, esse lugar fica próximo a Vostok, em um platô a 4.200 metros de altitude. “Especula-se que a temperatura seja 2,4 ºC menor em Domo A que em Vostok. Ninguém ainda se atreveu a ficar por lá, mas a comunidade internacional pretende instalar uma estação meteorológica automática em 2007”, afirma Jefferson.
Em lugares permanentemente habitados, a campeã do frio é a vila de Verkhoyansk, na parte siberiana da Rússia. Por lá, a média no inverno chega a -47 ºC. Ainda no hemisfério norte, o frio castiga habitantes de cidades maiores, como Winnipeg, no Canadá, onde os termômetros marcam -18 ºC no inverno, e Moscou, na Rússia, que tem médias de -9 ºC.