Não dá para cravar uma data específica, mas é possível afirmar que, há pelo menos 5 mil anos, o ser humano passou a olhar para o alto a fim de ligar os pontos luminosos do céu, criando as primeiras constelações. Como essas figuras se repetiam a cada noite, em posições sutilmente diferentes, era possível usá-las como referência para se locomover, plantar, construir e até marcar épocas e estações, definindo um calendário. Desde então, povos como chineses, babilônicos, maias, gregos, árabes e muitos outros estudaram o céu, observando a Lua, as estrelas e outros objetos luminosos, para tentar entender o funcionamento do mundo em que viviam. A partir daí, o conhecimento sobre o céu foi se acumulando até que descobriram um jeito de enxergar além do que o olho pode ver…
Escrito nas estrelas
É possível identificar vários astros observando o céu a olho nu, como os antigos faziam*
PLANETAS
Vistos da Terra, brilham como estrelas, mas seu trajeto no céu é diferente. Dia após dia, parece que as estrelas “se movem” em bloco – na verdade, é a Terra que gira em sentido contrário ao delas. Como os planetas estão bem mais próximos daqui, dá para observar a trajetória individual de cada um
CONSTELAÇÕES
A humanidade associava figuras a conjuntos de pontos luminosos do céu muito antes de descobrir o que eram estrelas. Isso facilitava a marcação de datas e estações e também servia como referência geográfica. No hemisfério sul, por exemplo, o Cruzeiro é uma referência para identificar o Polo Sul
GALÁXIAS
No século 16, o português Fernão de Magalhães navegava orientado por borrões no céu – as nuvens de Magalhães – que, até a década de 1920, eram catalogados como nebulosas. Foi quando se descobriu que esses objetos difusos eram galáxias, com bilhões de estrelas girando ao redor de um centro comum
SATÉLITES
Além da Lua, que gira ao redor da Terra, o homem só consegue observar satélites naturais com ajuda de instrumentos óticos. Em 1610, Galileu Galilei usou um telescópio e enxergou quatro pontos brilhantes girando ao redor de Júpiter: os satélites Io, Europa, Ganimedes e Calisto
METEOROS
Como aconteceu com os cometas, os antigos consideravam os rastros luminosos que cruzavam o céu como meros fenômenos atmosféricos. Até que, no século 18, o físico alemão Enst Chladni examinou um metetorito metálico de 700 kg e atestou tratar-se de um objeto extraterrestre, ou seja, vindo de fora da Terra
ESTRELAS
Em uma noite sem nuvens, a partir de um local com baixa iluminação, é possível observar até 8 500 estrelas, brilhando em vários níveis de intensidade. Entre esses primos distantes do Sol, a terceira mais brilhante no céu do hemisfério sul é a Alfa do Centauro – cuja luz demora quase cinco anos para chegar até a Terra
COMETAS
Embora se movam a mais de 1 milhão de km/h, não dá para diferenciar um cometa de uma estrela a olho nu. Eles passam muito longe da Terra e, para marcar mudanças de posição e identificar uma órbita, só observando-os diariamente. Se passar perto do Sol, pode apresentar uma cauda formada por gases e poeira
Contagem progressiva
Viaje desde a Antiguidade até o futuro da aventura humana pelo espaço
3000 a 500 a.C.
Povos antigos notam que algumas “estrelas” se movem fora do padrão da maioria e descobrem os planetas Mercúrio, Vênus Marte, Júpiter e Saturno
Século 2
Ptolomeu sistematiza o modelo cosmológico geocêntrico, com Lua, planetas, Sol e estrelas girando ao redor da Terra. Também cataloga 48 das 88 constelações atuais
1543
Nicolau Copérnico recupera a ideia de Aristarco e sistematiza o modelo cosmológico heliocêntrico, com os planetas girando ao redor do Sol
1609
Baseado em estudos de Tycho Brahe, Johannes Kepler demonstra que as órbitas planetárias são elípticas em vez de circulares
1612
Galileu ouve falar da luneta, constrói uma e a utiliza para observar o céu
1705 a 1758
Edmund Halley descobre que cometas também giram ao redor do Sol e prediz um período de 76 anos para a órbita completa de um deles, batizado de cometa Halley
1780 a 1834
William Herschel oferece um modelo para a Via Láctea com o sistema solar distante do seu centro, mas girando em torno dela, como as demais estrelas
1920
Edwin Hubble – que dá nome ao telescópio espacial – descobre que as galáxias mais distantes da nossa se afastam mais rápido e propõe que o Universo está se expandindo