Não é bem a queimadura e sim as toxinas liberadas por uma certa espécie de lagarta brasileira que realmente podem acabar com a vida de uma pessoa. Apelidada de taturana-assassina, a Lonomia obliqua possui um veneno que reduz, no organismo da vítima, a formação de fibrina, substância responsável pela coagulação do sangue. A diminuição da fibrina pode causar graves hemorragias.
“A pessoa sangra pelo nariz, pelas gengivas e por vários órgãos do corpo. Acredita-se que a gravidade desses efeitos está relacionada à quantidade de toxina liberada”, afirma o entomologista (especialista em insetos) Roberto Henrique Pinto Moraes, do Instituto Butantan, em São Paulo. A temível taturana é pequenina: mede apenas entre 5 e 7 centímetros; mas tem o corpo coberto de pêlos espinhosos, de onde sai o veneno que matou nove pessoas no Brasil entre 1989 e 1995, ano em que o Butantan desenvolveu o soro antilonômico.
O maior perigo ocorre quando alguém toca acidentalmente em várias lagartas ao mesmo tempo – por exemplo, ao subir numa árvore onde existe uma colônia delas. Quando isso acontece, é preciso buscar socorro médico sem demora. Até o final da década de 80, a taturana-assassina só era encontrada no Amapá; mas, desde então, passou a ser vista com freqüência no Sul e no Sudeste do país, talvez por causa dos desmatamentos nessas regiões ou da possível extinção de algum predador. O resultado é que, hoje, Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina são os lugares que mais registram ferimentos provocados por ela. Juntos, os três estados somam cerca de 400 casos por ano.
Curiosidades
-Taturanas-assassinas no tronco de uma árvore: o perigo é encostar em várias de uma só vez
-Detalhe do pelo espinhoso dessa mesma espécie de lagarta: daqui saem as toxinas que podem ser fatais
-A taturana-assassina (Lonomia obliqua) já fez várias vítimas no Brasil, principalmente no Sul e no Sudeste do país