Pelo menos entre os brasileiros, os reis da traição são os homens. Aliás, se pular cerca fosse esporte, certamente estaria entre os mais praticados do país. Isso é o que indica uma pesquisa feita pela Universidade de São Paulo (USP), que ouviu as confissões sobre infidelidade de quase 4 mil pessoas casadas em 17 cidades. De acordo com o estudo, metade dos homens já deu suas escapadinhas pelo menos uma vez durante o matrimônio. Entre as mulheres, o índice médio de infidelidade é bem menor, em torno de 22%. Para entender tamanha diferença, é preciso considerar fatores biológicos e tradições típicas do nosso país. “Primeiro, devemos ter em mente que o homem tem um hormônio sexual muito potente, o andrógeno. Isso pode gerar maior agressividade sexual em relação à mulher, influenciada por um hormônio mais suave, o estrógeno. Em segundo lugar, a cultura brasileira dá ao homem “liberdade” para fazer sexo e diversificar suas companhias”, afirma a psiquiatra Carmita Abdo, coordenadora da pesquisa da USP.
Um aspecto importante é que os dois sexos traem por razões bem diferentes. Enquanto a rapaziada geralmente só quer descarregar o tesão e obter satisfação física, as mulheres costumam entrar de cabeça na relação, se envolvendo muito mais. “Quase sempre, elas querem romper um dos relacionamentos e se dedicar àquele que mais satisfaz a sua necessidade afetiva”, diz Carmita. A pesquisa mostrou também a idade mais comum para os casos extraconjugais. Entre as mulheres, as meninas jovens são as mais propensas. No caso dos sexo masculino, o título da traição vai para os homens da meia idade: o homem entre 40 e 50 anos. Outro aspecto curioso é que a infidelidade varia de acordo com a região do país. Do lado das mulheres, as cariocas são as mais infiéis. No ranking dos homens, os líderes são os baianos (confira a lista completa na tabela abaixo).
“No Brasil, a mulher carioca é vista como um símbolo de sexualidade e liberdade. Já o homem baiano é o herdeiro de uma tradição machista que dá ao sexo masculino o direito de ter várias parceiras”, diz Carmita.
Baianos e cariocas lideram o rankingEstado – BA
Índice de infidelidade/Homens – 64%
Índice de infidelidade/Mulheres – 25,2%
Estado – PA
Índice de infidelidade/Homens – 62,1%
Índice de infidelidade/Mulheres – 20,3%
Estado – CE
Índice de infidelidade/Homens – 61,1%
Índice de infidelidade/Mulheres – 26,7%
Estado – RS
Índice de infidelidade/Homens – 59,9%
Índice de infidelidade/Mulheres – 31,7%
Estado – DF
Índice de infidelidade/Homens – 59,8%
Índice de infidelidade/Mulheres – 27,7%
Estado – RJ
Índice de infidelidade/Homens – 56,7%
Índice de infidelidade/Mulheres – 34,8%
Estado – SC
Índice de infidelidade/Homens – 56,3%
Índice de infidelidade/Mulheres – 20,9%
Estado – MG
Índice de infidelidade/Homens – 52,2%
Índice de infidelidade/Mulheres – 28,8%
Estado – RN
Índice de infidelidade/Homens – 51,8%
Índice de infidelidade/Mulheres – 30,2%
Estado – PE
Índice de infidelidade/Homens – 49,2%
Índice de infidelidade/Mulheres – 26,5%
Estado – SP
Índice de infidelidade/Homens – 44,2%
Índice de infidelidade/Mulheres – 24,1%
Estado – PR
Índice de infidelidade/Homens – 42,8%
Índice de infidelidade/Mulheres – 19,3%
Fonte: Pesquisa do Projeto Sexualidade, do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP)