Não só existem colecionadores de falsificações como alguns dos seus itens são famosos e custam mais do que a maioria dos originais. Um exemplo disso está nos selos falsificados, que surgiram para preencher lacunas de álbuns que seriam inacessíveis para vários compradores. Alguns falsificadores de selos ficaram famosos e passaram a ser considerados verdadeiros artistas. Estes não eram falsários comuns, pois nunca tiveram a intenção de enganar clientes vendendo as suas obras como verdadeiras.
O mais famoso deles, muito conhecido entre os filatelistas, é o suíço François Fournier (1846-1917). Ele lançou revistas sobre seus fac-símiles de selos valiosos e abriu um negócio no ramo. O seu trabalho “artístico” é a escolha de muitos colecionadores e estudiosos.
Outro notório falsificador foi Jean de Sperati (1884-1958), considerado um dos melhores do ramo devido à perfeição com que executava cópias de selos famosos. Até hoje, os seus trabalhos passam por verdadeiros em muitos álbuns de colecionadores. Ele também via o seu trabalho como arte, e suas obras são colecionadas e valiosas até os dias de hoje.
Apesar de não apresentarem a pretensão de enganar ninguém, ambos foram acusados de fraude porque muitos comerciantes e colecionadores começaram a vender as cópias como originais. Existiram muitos outros falsificadores que tentaram reproduzir os mais variados e valiosos itens o longo dos tempos – e que fizeram disso um negócio!
O curioso caso da obra falsa que era verdadeira
E quando uma obra é deixada de lado por acharem que ela é falsa e, um século depois, descobrem que é um original, com valor estimado em 50 milhões de dólares? O quadro de uma paisagem francesa de Van Gogh passou 100 anos guardado em um sótão por ser considerado uma falsificação. Um estudo feito em 2013 provou que a tela “Pôr do sol em Montmajour”, pintada em 1888, é um trabalho autêntico do pintor. Que sorte para o dono do quadro!
Foto da tela “Pôr do sol em Montmajour”/ Darin McClure/Flickr