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Alemanha cria aplicativo para rastrear casos de Covid-19

Ferramenta, que deve ser lançada até o fim desta semana, é tentativa de evitar "segunda onda" de contágios no país.

Por Guilherme Eler
Atualizado em 13 mar 2024, 10h26 - Publicado em 15 jun 2020, 19h35
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  • A Alemanha planeja lançar até o fim desta semana um app de celular para rastrear casos do novo coronavírus no país. O anúncio foi feito pelo ministro da saúde alemão, Jens Spahn, em entrevista a uma emissora de TV local no último domingo (14).

    A ideia é estimular o isolamento social avisando usuários que tiveram contato com alguém que testou positivo para Covid-19.

    De acordo com informações de jornal The Local, o app funciona via bluetooth e consegue medir a distância entre os smartphones dos usuários. Quando detecta que duas pessoas estão a menos de 1,5 metro uma da outra por mais de 15 minutos, ele registra o código de usuário (ID) de ambas.

    Assim, sempre que alguém testar positivo para o novo coronavírus, o app saberá dizer todas as pessoas que tiveram contato prolongado com ela. E pode enviar um alerta sobre o diagnóstico para o colega desavisado.

    Apresentado em abril, o aplicativo precisou ser reformulado até chegar a versão atual, e teve sua estreia atrasada em algumas semanas devido à pressão de grupos pró-privacidade digital. O argumento era de que a ideia inicial do sistema, que reunia dados dos usuários, poderia ser um alvo fácil para hackers.

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    A solução do governo foi investir em um formato diferente. Na nova versão, não existe uma base de dados do aplicativo que centralize as informações: os dados ficam no celular de cada cidadão – o que, na teoria, garante maior anonimato e aumenta a segurança de quem usa.

    Além disso, usuários precisam autorizar o uso do bluetooth sempre que o aplicativo é iniciado e, segundo os desenvolvedores, não terão que ceder dados como sua localização ou outras informações pessoais.

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    A empresa de telecomunicações Deutsche Telekom e a SAP, maior companhia de software do país, estão envolvidas no projeto. Jens Spahn, ministro da saúde alemão, não divulgou uma data definitiva de lançamento, mas acredita-se que o app estará disponível para download já seja na próxima terça-feira (16).

    Outros países da Europa como França, Itália, Espanha, Áustria e Noruega também desenvolveram suas versões nacionais do app. Índia, Austrália e Singapura também são outros exemplos de nações que vêm investindo em tecnologias de rastreamento do tipo.

    A ideia precisa ser incorporada de forma massiva pela população para vingar, é verdade. Segundo especialistas, os resultados serão expressivos se 50 milhões de alemães usarem o app em seus smartphones. Mas, no papel, avisar uma pessoa que ela teve contato com alguém infectado diminui o tempo de resposta a potenciais sintomas – favorecendo o isolamento voluntário e diminuindo o risco de que um novo contaminado, que desconhece sua situação, passe o vírus adiante.

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    A estreia do app coincide com o início da reabertura das fronteiras na Alemanha. A partir desta segunda-feira (15) o país voltou a permitir o fluxo de cidadãos de países da União Europeia e Reino Unido.

    Apesar do número controlado de novos casos – foram apenas 187 nas últimas 24 horas – o temor é que a flexibilização das medidas de isolamento no país provoque uma “segunda onda” de infecçõess, que volte a sobrecarregar hospitais e obrigue o retorno da política de lockdown.

    A Alemanha registrou, até agora, 187 mil casos de infecção pelo novo coronavírus – 8,785 pessoas morreram. Tais números, pouco expressivos se comparados aos de países vizinhos, são fruto do forte incentivo à quarentena voluntária e do grande número de testes distribuídos para a população. Em maio, a Alemanha declarou ter capacidade de testar mais de 800 mil amostras por semana.

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