Monique dos Anjos
Foi no século 17, quando os britânicos começaram a importar grandes quantidades de vinho português. Para que a bebida resistisse às longas viagens marítimas, os comerciantes ingleses acrescentavam aguardente nos barris. Os marinheiros logo perceberam que, além de conservar o vinho por mais tempo, a adição de álcool também realçava o sabor da bebida (e aumentava seu poder de embriaguez!) e acabaram criando, sem querer, a fórmula do vinho do Porto. Hoje, mesmo sem a ajuda dos cachaceiros, digo, marinheiros, a bebida continua recebendo doses de aguardente durante a sua fabricação.
Para garantir o monopólio sobre a receita, em 1914, o governo português assinou com a Inglaterra um contrato determinando que o vinho do Porto só pode ser produzido com uvas da região do Vale do Rio Douro, nordeste de Portugal. “Para manter a qualidade da bebida, proibimos o uso de uvas de quaisquer outras regiões”, afirma Carlos Soares, do Instituto do Vinho do Porto, órgão que supervisiona a produção do vinho.