Uma das mais novas linhas de pesquisa em Medicina é a das doenças mitocondriais, moléstias provocadas pelo mau desempenho das mitocôndrias – as organelas no interior das células, que convertem a energia dos alimentos e da respiração. “Seu funcionamento inadequado tem manifestações diversas, como hipotonias musculares, cegueiras, epilepsias e deterioração intelectual”, explica o neurologista paulista Edenílson Calore. Junto com quatro colegas, ele está criando um grupo para investigar essas doenças, no Instituto Adolpho Lutz, de São Paulo.
“Fazemos biópsias de músculos e, com microscópio eletrônico, observamos indicadores de distúrbios, como quantidade e distribuição anormal das mitocôndrias”, conta Calore. “Também analisamos a bioquímica dessas estruturas.” Há quem trate as doenças mitocondriais com enzimas, para melhorar as reações nas mitocôndrias. “” Isso ainda é questionável”, diz Calore. “A grande função do diagnóstico é o aconselhamento genético: dizer aos pais, cuja família possui tendência ao problema, quais são as chances de terem um filho normal.”