A história da AIDS no Ocidente ganhou um novo começo, mais antigo do que se suspeitava: a primeira vítima conhecida da doença foi um marinheiro de 25 anos, que morreu em 1959, em Manchester, na Inglaterra. Um ano antes, ele já apresentara sintomas típicos como fadiga e febre constantes, perda de peso, úlceras de pele e pneumonia. Na época, não se conseguiu fazer um diagnóstico desses sintomas, mas desde que apareceram os primeiros casos de AIDS, no início da década de 80, cientistas ingleses começaram a reexaminar a ocorrência.
Só agora, porém, eles tiveram a prova: graças à técnica da polimerase, capaz de multiplicar milhões de vezes um pedaço de DNA (a molécula da hereditariedade), foi possível encontrar em amostras de tecidos daquele marinheiro restos do material genético do HIV, o vírus causador da AIDS. Os pesquisadores da Universidade de Manchester que cuidaram da investigação pretendem comparar o material genético extraído das amostras com a versão atual do vírus. Com isso, eles esperavam reconstituir as mutações do HIV nos últimos trinta anos e, quem sabe, prever algo a respeito da evolução.