Sabe aquela história de que vai ficando mais difícil emagrecer, ou não engordar, conforme envelhecemos – porque o metabolismo vai desacelerando? Não é bem verdade. Um estudo de grandes proporções, que mediu o gasto calórico de 6.400 pessoas em 29 países (1), constatou que a taxa metabólica basal (quantidade de energia que o corpo gasta para sobreviver, mantendo a respiração e o funcionamento dos órgãos) se mantém estável entre os 20 e os 60 anos de idade – e só a partir daí ela começa a diminuir (cerca de 1% ao ano).
O estudo mostrou que isso também vale para o gasto calórico total, que é a soma da taxa basal com a energia que a pessoa consome realizando as tarefas do dia a dia. Para fazer essa medição, os cientistas usaram um método chamado “água duplamente marcada”: a pessoa bebe um copo de água contendo certos isótopos do hidrogênio e do oxigênio (H2 e O18).
A água “marcada” se mistura com o resto da água do corpo. Mas, conforme o organismo gasta energia, ele utiliza esses isótopos de hidrogênio e oxigênio, que vão desaparecendo. 24 horas depois, os cientistas medem a proporção entre água marcada e água normal na urina, e conseguem calcular com exatidão quantas calorias o organismo queimou.
Fonte 1. Daily energy expenditure through the human life course. H Pontzer e outros, 2021.