Se você é sedentário, obeso ou não abre mão de sempre comer doce e alimentos gordurosos, certamente está mais propenso a se tornar diabético. Caso viva em uma cidade grande, pior ainda. Um estudo da Universidade de Washington, publicado no fim de junho na revista científica The Lancet Planetary Health, estima que, em 2016, a poluição contribuiu para 3,2 milhões de casos de diabetes no mundo.
Para fazer essa associação os cientistas acompanharam, durante oito anos e meio, nada menos do que 1,7 milhão de americanos, todos sem histórico da doença. As informações foram cruzadas com dados da Nasa e da Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA) sobre a qualidade do ar. E, para encontrar o elo com o diabetes, os estudiosos focaram nas partículas PM 2,5, emitidas pelos motores de carros e por usinas termelétricas, por exemplo.
Sabe-se que, ao serem inalados, esses poluentes chegam ao pulmão e caem na corrente sanguínea. Com isso, passam por vários outros órgãos, como o pâncreas, responsável pela liberação de insulina. Isso prejudica a produção desse hormônio, que faz a absorção do açúcar no organismo. Como consequência, mais glicose se acumula no sangue – o que, a longo prazo, leva ao diabetes. “Notamos que isso vale mesmo para níveis de poluição considerados seguros pela EPA e pela OMS [Organização Mundial da Saúde]”, diz o principal autor do estudo, Ziyad Al Aly.
De acordo com a investigação, a população de países de baixa renda – como Índia, Afeganistão e Papua Nova Guiné – têm maior probabilidade de desenvolver a doença devido à falta de políticas ambientais. Já os habitantes de nações como França, Finlândia e Islândia estão bem menos expostos a esse fator de risco.