Sim. Pelo menos foi o que concluiu um estudo realizado por uma equipe da Universidade de L’Aquila, na Itália, e publicado no Journal of Sexual Medicine. Os pesquisadores, liderados pelo ginecologista Emmanuele Jannini, estudaram um grupo de 20 mulheres – 9 delas diziam já ter tido orgasmos vaginais, as outras 11 não.
Nas 9 primeiras, uma ultra-sonografia detectou um espessamento no tecido uretrovaginal (ver infográfico), imediatamente associado ao ponto G. Essa região, descrita na década de 1950, não havia sido visualizada com clareza antes do estudo italiano. “É o fim das opiniões e o começo da ciência. Agora é possível estudar o assunto com um método muito simples”, disse Jannini, por e-mail, à SUPER. Para ele, o ponto G é uma estrutura congênita que determina a capacidade da mulher de ter orgasmos sem a estimulação do clitóris. Mas a comunidade científica é um pouco mais cautelosa. Beverly Whipple, neurofisiologista da Universidade de Rutgers, em Nova Jersey, e uma das responsáveis pelo estudo que deu o apelido à região, concorda que o ponto G existe, mas não acha que ele seja condição para o orgasmo vaginal. E mais: acredita que todas as mulheres tenham ponto G, mas que o espessamento do tecido possa ser conseqüência de estímulos sexuais mais freqüentes ou eficientes. Para tirar a dúvida, seria preciso fazer o exame antes e depois de provocar esse estímulo. “Hoje, o que podemos afirmar com certeza é que há uma área sensível na parede frontal interna da vagina que incha e produz uma sensação analgésica quando estimulada”, diz Whipple.
Direto ao ponto
Encontrar a região não garante prazer, mas não custa tentar
1. O ponto G fica a cerca de 5 cm da entrada da vagina, mais exatamente entre a vagina e a uretra.
2. Você pode sentir com o dedo: é uma protuberância meio rugosa na parte superior da vagina (como se você estivesse indo ao encontro do abdômen).
3. O tecido se assemelha ao da vulva e do pênis e é cheio de glândulas e terminações nervosas. Segundo algumas teorias, se a mulher tivesse nascido homem, essa região evoluiria para a próstata.
4. O local libera a PDES, uma enzima que, nos homens, processa o óxido nítrico e estimula a ereção.