O jornalista Evaristo Costa, conhecido por ter apresentado o Jornal Hoje, recebeu alta depois de seis dias de internação. Costa tratava um quadro moderado da doença de Crohn no Reino Unido, onde mora. Liberado do hospital, ele vai continuar o tratamento em casa, com remédios via oral.
O que é a doença de Crohn?
A doença de Crohn é uma doença crônica inflamatória que afeta o trato gastrointestinal – principalmente a parte inferior do intestino delgado (íleo) e central do intestino grosso (cólon). Ela foi batizada em homenagem a Burrill Crohn, médico que, em 1932, esteve entre os primeiros a descrevê-la cientificamente.
Ainda não há certeza absoluta sobre o que provoca a doença de Crohn. Um dos palpites mais aceitos é de que ela seja uma reação autoimune – quando o seu sistema imunológico ataca células saudáveis por engano em vez de combater corpos realmente estranhos.
Sabe-se que alguns hábitos e fatores podem contribuir e agravar o quadro. Estresse e certas comidas, como bebidas gaseificadas e alimentos fibrosos, podem piorar os sintomas dos afetados. Além disso, fumar pode dobrar suas chances de desenvolver a doença.
Alimentos gordurosos e certos medicamentos, como antibióticos, podem aumentar levemente a possibilidade desse quadro. Se você tem algum parente com a doença, também é bom ficar esperto – sabe-se que há algum grau de herdabilidade, então o histórico familiar é importante.
Sintomas e diagnóstico
“Comecei com episódios de diarreia. Eu ia ao banheiro 15, 20, 30 vezes ao dia. Alguns momentos, diarreia e sangue. Comecei a perder peso. No meu caso, uma dor terrível, uma queimação na parte inferior da minha barriga. Barriga sempre inchada, dolorida, alta produção de gases e todos esses sintomas pioravam durante a noite. Eu dormia sentado porque era mais confortável”. Esse foi um dos relatos de Evaristo Costa sobre a doença.
De fato, entre os sintomas mais comuns da doença de Crohn estão diarreia, cólica abdominal, febre e sangramento retal. Eles também podem ser acompanhados de perda de peso e de apetite, fadiga, lesões na pele, úlceras e dores nas juntas; além de lesões na região do ânus, como hemorróidas e abcessos.
O diagnóstico da doença não é simples. Tanto que, no caso do jornalista, a doença foi confundida, de início, com uma gastrite. O médico precisa realizar uma série de exames, como raios X, endoscopias, colonoscopias e exames de sangue. Informar ocorrências da doença na família pode ser uma pista importante.
Tratamento
A doença é crônica, então o objetivo do tratamento é reduzir a inflamação e controlar os sintomas para que ela entre em remissão – diminuindo a frequência e gravidade das crises. Isso é feito com medicamentos e, em casos mais sérios, cirurgias.
Segundo Costa, seu caso era moderado. Isso é medido com base em vários indicadores: quantas vezes a pessoa vai no banheiro, recorrência e intensidade das dores etc.
Tomar cuidado com a alimentação é extremamente importante. Pessoas com a doença ativa costumam passar por um período de descanso intestinal, com uma dieta estrita.
Em geral, os pacientes são orientadas a evitar alimentos ricos em fibras, gorduras, cafeína e tempero. Obviamente, se um paciente percebe que alguma comida além das descritas piora seu quadro, é bom evitá-la. Também é aconselhável parar de fumar e evitar situações estressantes.
Com a doença sob controle, é possível levar uma vida normal. Se os momentos de piora forem acompanhados adequadamente e controlados da maneira correta, não vão interferir muito na qualidade de vida do paciente.