A semaglutida, princípio ativo do Ozempic, imita a ação de um hormônio natural chamado GLP-1 – que age sobre vários órgãos, incluindo o cérebro, para controlar o apetite (ele também faz o pâncreas liberar insulina, cuja falta causa diabetes).
O porém é que o remédio precisa ser aplicado por toda a vida, ou a pessoa volta a engordar (1).
Mas um tratamento radical, que está sendo desenvolvido pela farmacêutica americana Fractyl Health, propõe uma solução definitiva: ela quer alterar o genoma, para que o próprio corpo aumente sua produção de GLP-1.
A técnica consiste em injetar um vírus modificado, que carrega consigo um gene criado em laboratório – e, ao entrar no organismo, modifica o DNA do hospedeiro.
A empresa publicou os resultados dos primeiros testes (2) em ratos, nos quais o processo funcionou como esperado. Fez mais efeito que a semaglutida, e de forma persistente (com uma única aplicação do vírus). Segundo a Fractyl, o tratamento não causou efeitos colaterais.
Fontes 1. Weight regain and cardiometabolic effects after withdrawal of semaglutide: The STEP 1 trial extension. J Wilding e outros, 2022. 2. 181-OR: Pancreatic Gene Therapy Durably Improves Glycemia and Delays Disease Progression in a Murine Model of Type 2 Diabetes. A Fitzpatrick e outros, 2023.