Nesta quarta-feira (8), Pfizer e BioNTech anunciaram que estudos preliminares demonstraram que três doses de sua vacina contra a Covid-19 oferecem proteção contra a variante Omicron. Segundo os fabricantes, duas doses da vacina resultaram em anticorpos neutralizantes significativamente mais baixos, embora ainda ofereçam proteção contra casos graves. A terceira dose seria necessária para restaurar a proteção contra o vírus, aumentando os anticorpos em 25 vezes.
Pfizer e BioNTech informaram que continuarão a coletar dados a partir de estudos em laboratório, além de avaliar a eficácia do imunizante contra a Omicron no mundo real. As empresas acrescentam que começaram a desenvolver uma vacina específica para a nova variante e acreditam que poderiam oferecê-la em março de 2022, se necessário.
“Garantir que o maior número possível de pessoas esteja totalmente vacinado com as duas primeiras doses e com a de reforço continua sendo a melhor forma para prevenir a disseminação do Covid-19”, disse Albert Bourla, presidente da Pfizer.
Em novembro, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou a inclusão da dose de reforço na bula da vacina da Pfizer, e o Ministério da Saúde liberou sua aplicação em pessoas maiores de 18 anos.
A nova variante
A variante Omicron, ou B.1.1.529, foi identificada na África do Sul há duas semanas e classificada como uma “variante de preocupação” pela Organização Mundial da Saúde (OMS) – mesmo grupo das variantes Alfa, Beta, Delta e Gama.
Ela tem mais mutações do que as outras variantes do Sars-Cov-2 (50 no total), e 32 delas estão na proteína spike. Essa é a “chave” do vírus para infectar células humanas, sendo o principal alvo das vacinas.
Já era esperado que a Omicron pudesse driblar parcialmente os anticorpos gerados pela vacinação ou pela infecção por variantes anteriores. Isso é comum: conforme mais variantes apareciam ao longo da pandemia, as vacinas perdiam força. Mas (mais importante) elas continuaram muito eficazes contra Covid grave, evitando internações e mortes.
A Omicron já foi detectada em vários países e protagonizou eventos de “superespalhamento” na Noruega e Dinamarca, mas ainda não levou a mortes. No Brasil, seis casos de contaminação pela nova variante foram identificados até o momento – pessoas que já foram vacinadas e apresentam sintomas leves –, e outros casos estão sendo investigados.