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Ciberataques podem ser tão letais quanto explosões atômicas

Especialista alerta: uma guerra cibernética tem o poder de arrasar recursos vitais — e matar tanto quanto um ataque nuclear.

Por A.J. Oliveira
Atualizado em 19 ago 2019, 18h52 - Publicado em 19 ago 2019, 17h48

Falta energia na sua casa. E em boa parte da cidade. Nas ruas, batidas em cada esquina provocam uma avalanche de vítimas e de feridos. O motivo? Hackers invadiram o sistema dos semáforos e o deixaram uma bagunça. Em hipótese alguma você pode usar a água que chega na sua torneira, já que ela foi envenenada durante o tratamento. Fábricas paradas, postos sem gasolina e mais — muito mais.

Parece história de filme pós-apocalíptico, mas seria a realidade da vida em um ciberataque da pesada. De acordo com um especialista em cibersegurança e guerra cibernética da Universidade do Estado de Dakota do Norte, nos EUA, o número de mortos em uma ofensiva de hackers de grandes proporções seria comparável ao de um ataque nuclear. A diferença é que a bomba atômica vaporiza instantaneamente quem estiver em um raio de 30 metros da explosão e mata praticamente todos 800 metros ao redor.

O ciberataque é mais sutil, mas de maneira alguma menos letal. Poucos sabem, mas uma campanha coordenada de incursões de hackers a serviço de governos ou de organizações terroristas seria capaz de asfixiar uma sociedade e causar um número imenso de vítimas. Para chamar a atenção para a questão, o cientista da computação Jeremy Straub escreveu um artigo no site The Conversation sobre os riscos de uma guerra cibernética.

Ele argumenta que todos temem, e com razão, a escalada das tensões entre países como EUA, Rússia, Irã e Coreia do Norte — e a perspectiva de uma nova corrida nuclear. Assim como nos tempos da Guerra Fria, o arsenal atômico das superpotências seguem tendo o potencial de destruir o mundo. Mas há tratados internacionais para conter a ameaça, além da boa e velha destruição mútua assegurada (se me aniquilar, eu te aniquilo também).

Na guerra cibernética, não tem nada disso. E, além do mais, é muito mais difícil descobrir a fonte do ataque do que se fosse um míssil balístico intercontinental. Em seu artigo, Straub frisa que não é sua intenção rebaixar os riscos de uma guerra nuclear, mas explica muito bem porque devemos prestar mais atenção nos ataques de hackers. Até agora, a maioria dos incidentes serviu para roubar dados. Só que a coisa pode ficar feia — já está ficando.

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Há indícios de que sistemas de energia e de água dos EUA foram invadidos por softwares maliciosos latentes, à espera de serem acionados. Redes elétricas da Rússia e do Reino Unido também foram comprometidas dessa forma. Em 2016 e 2017, hackers causaram apagões na Ucrânia, só para mostrar do que são capazes.

Na Arábia Saudita, equipamentos de uma usina petroquímica quase explodiram, e nos EUA, sistemas de monitoramento de dutos de petróleo e de gás foram desligados em 2017. Segundo o FBI, até mesmo usinas nucleares estão virando alvo desse tipo de ataque — a consequência pode ser derramamento de material radioativo ou mesmo a explosão de um reator. Não é nada absurdo pensar que a próxima Chernobyl pode ser culpa de um hacker.

Para instaurar o caos em uma sociedade, basta coordenar ataques simultâneos em setores vitais para seu funcionamento. Com todos os serviços essenciais ruindo ao mesmo tempo, em uma área grande, o número de mortos facilmente alcança o de uma bomba atômica. Straub reforça que a única maneira de se proteger contra esse tipo de guerra é reforçando a segurança dos sistemas em todas as esferas, e formando mais pessoal qualificado na área. É um mercado que só cresce, com vagas de emprego sem profissionais para preenchê-las.

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