Na manhã desta sexta-feira (20), Elon Musk chegou ao interior de São Paulo para se encontrar com o presidente Jair Bolsonaro, além de outros políticos e empresários. Ele veio a negócios: o homem mais rico do mundo quer levar a Starlink para a Amazônia.
A Starlink é um projeto da Space X, empresa de Musk que se destaca mundialmente como fornecedora de sistemas de lançamento espaciais – e como a única a utilizar foguetes reutilizáveis (que reduzem custos e aumentam a frequência de lançamentos) até o momento.
O objetivo da Starlink é, a partir dos serviços da Space X, oferecer internet banda larga via satélite em todo o mundo. Os primeiros satélites foram lançados em maio de 2019, e a ideia é construir uma rede com dezenas de milhares de satélites na órbita terrestre baixa (a uma distância de cerca de 550 km – a Estação Espacial Internacional, em comparação, está a 400 km).
A empresa geralmente fornece serviços para clientes convencionais (como eu e você), mas recentemente manteve contato com o governo federal brasileiro para discutir possibilidade de atuação por aqui.
Em novembro de 2021, Musk se encontrou com o ministro das comunicações, Fábio Faria – que, na época, afirmou que a Starlink viria para “conectar escolas rurais” (fornecendo internet em áreas remotas) e “proteger a Amazônia” (do desmatamento, fornecendo monitoramento via satélite).
Nesta sexta (20), o bilionário disse em sua conta no Twitter que estava muito animado para tais missões e que os satélites da Starlink poderão levar internet a 19 mil escolas.
Super excited to be in Brazil for launch of Starlink for 19,000 unconnected schools in rural areas & environmental monitoring of Amazon! 🇧🇷 🌳 🛰 ♥️
— Elon Musk (@elonmusk) May 20, 2022
A Anatel (Agência Nacional das Telecomunicações) concedeu à Starlink, em janeiro, o direito de oferecer seus serviços em todo o território brasileiro, até 2027. Em fevereiro, quando a empresa começou as operações por aqui, o governo do Amazonas declarou que mantinha contato para instalação da tecnologia no estado.
Os possíveis acordos entre governantes brasileiros e Musk, que recentemente anunciou a compra do Twitter por US$ 44 bilhões (mas talvez volte atrás), não foram divulgados ainda. Por enquanto, especialistas afirmam que os sistemas de monitoramento disponíveis, por exemplo, já dão conta do recado na Amazônia. Segundo eles, o que falta não são satélites, mas a fiscalização do poder público.