Os Jogos Olímpicos de Tóquio ainda não começaram – a cerimônia de abertura é na próxima sexta (23) –, mas as notícias sobre a saúde dos participantes que já estão lá começam a chegar e levantam preocupações.
Até esta segunda (21), a organização do evento confirmou 58 casos de covid-19 – quatro deles atletas que já estavam instalados na Vila Olímpica. O número total leva em conta outros profissionais, como integrantes de comissões técnicas, jornalistas e encarregados da organização dos Jogos.
A poucos dias do começo do evento, Tóquio enfrenta uma nova alta de casos de covid-19 – o que colocou a cidade em estado de emergência. No dia 8 de julho, Tamayo Marukawa, ministra das Olimpíadas, anunciou que as competições que acontecerão na metrópole não contarão com público.
Mas, para além da restrição de público e das normas básicas de segurança (máscaras, distanciamento social etc.), a medida mais importante até agora vem de uma parceria do Comitê Olímpico Internacional (COI) com a Pfizer, que garantiu doses para todas as delegações nacionais que participarão da Olimpíada.
Vale lembrar: a vacinação não impede que você pegue covid-19 – mas te protege de desenvolver quadros graves da doença. Além disso, é essencial para diminuir a circulação do vírus. No Japão, 83% das pessoas são contrárias à realização dos Jogos – justamente pelo risco que o evento pode oferecer à população do país.
Certo, e qual o problema? De acordo com o Playbook, espécie de manual de instruções para a Olimpíada pandêmica, a vacinação não é obrigatória para participar dos Jogos – ainda que o COI incentive que os países imunizem as suas delegações. Recusar as injeções não é um impeditivo para competir.
Dessa forma, o COI prevê que apenas 80% das pessoas que passarão pela Vila Olímpica estarão imunizadas. A taxa é a mesma para os profissionais de imprensa que vão trabalhar por lá. Ou seja: a cada dez atletas, dois não estarão vacinados. Por escolha própria, mesmo.
Um dos esportistas que se recusou a tomar vacina é Michael Andrews, nadador americano cotado para ganhar medalhas em Tóquio. Em entrevistas, ele declarou que escolheu não se vacinar por não saber como o seu corpo reagiria ao imunizante – e que isso poderia afetar a sua performance. Contudo, ele também afirmou que, mesmo depois dos Jogos, não tomará a vacina.
E o Brasil?
Antes de embarcar para o Japão, o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) projetou que 95% dos membros da delegação estariam imunizados para os Jogos. O índice era parecido com os 93% da população brasileira que querem vacinar (ou já foram vacinados), de acordo com uma pesquisa do Datafolha.
Na prática, a realidade é outra. Recentemente, o COB divulgou que 90% da delegação brasileira tomou ao menos uma dose da vacina contra a covid-19. Dentre os completamente imunizados (que tomaram duas doses ou a dose única da Janssen), o número cai para 75%.
Sem revelar nomes, o COB afirmou que alguns atletas se recusaram deliberadamente a se imunizar – e que estes serão os mais cobrados quanto às medidas de proteção em Tóquio. À Super, o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), que embarcará em agosto, garantiu que a delegação estará 100% imunizada.
Neste mês, a Super preparou uma reportagem especial sobre os bastidores da Olimpíada de Tóquio. Para acessá-la, basta clicar aqui.