O Tinder tem uma grande razão para ter bombado: não há espaço para sentimento de superioridade ou rejeição. Um perfil aparece. Se você curtir, deslize para a direita. Não agradou? Esquerda. Se as duas pessoas sinalizarem que gostaram do que viram, elas são notificadas e a troca de mensagens é liberada. Se não, a pessoa que te deu um fora nunca vai saber se o sentimento foi recíproco. E a vida segue como se nada tivesse acontecido. Quer dizer, isso é que todo mundo pensava.
De acordo com uma matéria publicada pelo site americano Fast Company, por trás de todo o sistema de combinações do Tinder existe um ranking que define o quão desejável você é. Sem saber, você tem uma nota que muda toda vez que você dá um match ou é dispensado. E é esse número que define quem aparece (ou não) entre seus possíveis pretendentes.
Chamado internamente de “pontuação de elo” o sistema é complicado. De acordo com Sean Rad, diretor do Tinder, foram necessários dois meses e meio para criar o algoritmo do ranking. A empresa não entra em detalhes sobre quais são as categorias que definem a nota, mas dão uma dica: não é só sua beleza. “Toda vez que você desliza para um lado, é uma forma de voto: eu acho essa pessoa mais desejável do que outra, independentemente de sua motivação. Talvez seja sua atratividade, talvez por que tenha um perfil muito legal”, afirma Chris Dumler, analista de dados do aplicativo.
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Outro fator que aparentemente eleva sua pontuação é dar um match com alguém que tenha uma nota alta, é o que conta Jonathan Badeen, vice presidente da marca, ao comparar o ranking com o game World of Warcraft. “Eu jogava há muito tempo, e quando se joga contra alguém com alta pontuação, você acaba ganhando mais pontos. É uma forma de essencialmente combinar pessoas e as classificar mais precisa e rapidamente baseado em com quem eles estão combinando”.
Há também o consenso de que a nota é mais baseada nos gostos pessoais de quem está julgando do que em qualquer outra coisa. “As pessoas se dividem muito, mesmo na questão fotográfica: Alguns realmente gostam de barbas, outros não. A mesma coisa em relação à tatuagens, fotos com animais ou crianças, ou suas fotografias com um tigre”, afirma Tor Solli-Nowlan, engenheiro de dados da empresa.
O Tinder não fala nada sobre revelar as notas de seus usuários. E, se aberto ao público, esse número pode acabar com toda essa sensação de imunidade à rejeição. Quer arriscar?
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