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Os 10 principais momentos da tecnologia em 2015

Bem, amigos. A Terra está quase completando mais uma volta em torno do Sol. E, como fizemos em 2012, 2013 e 2014, é hora de relembrar o que de mais relevante aconteceu, no mundo da tecnologia, durante o ano. 2015 foi difícil, sob muitos aspectos. Mas, no âmbito tech, foi um ano interessante, em que […]

Por Bruno Garattoni Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 8 mar 2024, 11h30 - Publicado em 30 nov 2015, 17h15
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  • RETROSPECTIVA 2015 - Momentos da Tecnologia

    Bem, amigos. A Terra está quase completando mais uma volta em torno do Sol. E, como fizemos em 2012, 2013 e 2014, é hora de relembrar o que de mais relevante aconteceu, no mundo da tecnologia, durante o ano. 2015 foi difícil, sob muitos aspectos. Mas, no âmbito tech, foi um ano interessante, em que a Microsoft reencontrou o foco, a Apple passou a ter mais intensamente a cara de Tim Cook, e houve um acirramento na disputa entre Google e Facebook – que poderá ser decisiva para o futuro da internet. Vamos lá:

    10. Surface Book

    A Microsoft chamou a atenção ao lançar o laptop/tablet Surface, em 2012. Mas a verdade é que, apesar das ideias inovadoras, a máquina não alcançou o sucesso que se esperava e deu prejuízo. Como é de seu feitio, a empresa de Redmond insistiu. Foi melhorando o produto e lançando novas versões, até que em 2015 virou o jogo: começou o ano anunciando ter vendido US$ 1,1 bilhão de Surface em apenas três meses. Essa reação foi coroada em outubro, com a apresentação do Surface Book: uma máquina top de linha, cheia de características interessantes, que foi bem recebida pela crítica e capturou a atenção do público. Ela talvez não seja um blockbuster, mas já está cumprindo sua função: mostrar que a Microsoft não perdeu a mão, e ainda consegue impressionar.

    9. iPad Pro

    iPad Pro

    Steve Jobs detestava as styli, canetinhas digitais usadas nos smartphones que precederam o iPhone. “Se você ver uma caneta, é porque eles [os fabricantes] erraram”, disse em 2010. Até que um dia, como diria Mario Jorge Lobo Zagallo, aí sim fomos supreendidos novamente. Este ano, a Apple foi na direção contrária à prevista por Jobs e lançou o iPad Pro, que tem tela grandona e, adivinhe só, uma caneta. Talvez para não desrespeitar o legado do fundador, a caneta digital foi batizada de lápis Apple (Apple Pencil). Mas representa o rumo que Jobs não queria seguir. Mais do que isso, é a Apple trilhando um caminho aberto pela Microsoft – é impossível não notar elementos do Surface no iPad Pro. Hoje, ele é um produto de nicho. Mas sinaliza um futuro diferente: é bem possível que, daqui a alguns anos, a maioria dos laptops seja híbrida, ou seja, tenha tela destacável e também possa ser usada como tablet.

    8. As polêmicas envolvendo Steve Jobs

    Steve Jobs - Michael Fassbender

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    Em outubro, a morte de Steve completou quatro anos. Com o passar do tempo, é natural que a imagem dele comece a passar por um processo de reavaliação. Em 2015, isso aconteceu de forma bastante intensa. Primeiro, veio o documentário “Steve Jobs – The Man in the Machine”, que chegou aos cinemas americanos prometendo mostrar o lado polêmico de Steve – a ponto de revoltar funcionários da Apple, que se levantaram e foram embora da pré-estreia. Logo depois, foi a vez de Steve Wozniak, co-fundador da Apple, fazer uma declaração forte: disse que Jobs “não conhecia nada de tecnologia“, e seu grande talento estava em outra área, os negócios (o que é verdade, aliás). Em novembro, veio o lançamento de “Steve Jobs”, filme em que o empresário é vivido pelo ator Michael Fassbender. Não foi bem de bilheteria – na primeira semana, o filme foi retirado de 2072 salas de cinema nos EUA, por falta de público.

    7. A surpresinha do AVG

    AVG

    O antivírus AVG é usado por milhões de pessoas pelo mundo – muitas delas no Brasil. Ele é popular porque é leve, eficaz contra os vírus, e gratuito. Em setembro, os criadores do AVG anunciaram que iriam mudar a política de uso do programa, que começaria a gravar os sites acessados pelo usuário e as buscas que ele fez no Google – informações que poderiam ser vendidas a anunciantes. A notícia caiu como uma bomba, e iniciou uma debandada de usuários do AVG rumo a outros antivírus (entre as opções gratuitas, o alemão Avira é a melhor).

    6. Samsung Gear VR

    Samsung Gear VR

    A Samsung saiu na frente, e fez o que várias gigantes da tecnologia passaram os últimos anos prometendo fazer: em novembro, ela lançou um óculos de realidade virtual, o Gear VR. O aparelho, que é compatível com alguns modelos de celular da própria marca, é bem acessível: custa US$ 99 nos EUA. Ele pode representar o empurrão decisivo para o desenvolvimento da realidade virtual – pelo menos enquanto o Playstation VR e o Oculus Rift, cujos lançamentos estão prometidos para 2016, não chegam.

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    5. Apple Music

    Apple Music

    Ao ser inaugurada, doze anos atrás, a iTunes Music Store revolucionou o mercado. Pela primeira vez, uma loja virtual de música reunia três características centrais: era fácil de usar, relativamente barata (por imposição de Steve Jobs, que não deixou as gravadoras cobrarem mais de US$ 1 por download) e tinha um acervo grande. Foi um megasucesso: em seus primeiros dez anos, a iTMS vendeu 25 bilhões de downloads. Mas o tempo passou, baixar música saiu de moda, e os serviços de streaming, como Spotify e Deezer, foram tomando o mercado. Em junho, o pessoal de Cupertino finalmente reagiu – e lançou seu próprio serviço do gênero, o Apple Music. Ele foi elogiado pela qualidade das playlists e criticado pela interface meio confusa. Mas parece estar decolando: segundo a Apple, o serviço já tem 15 milhões de usuários, dos quais 6,5 milhões pagam a mensalidade (os restantes estão na fase de testes gratuita, que dura 90 dias).

    4. Microsoft Hololens

    Imagine um óculos que sobrepõe imagens holográficas às situações da vida real – transformando a sua sala em cenário de videogame ou criando um mundo virtual para ensinar física na sala de aula, por exemplo. Mais ou menos como o Google Glass (que, aliás, saiu do mercado este ano), só que bem mais sofisticado. Essa é a proposta do Hololens: um produto bem interessante, cujo protótipo foi apresentado pela Microsoft em janeiro. O encantamento inicial deu lugar à constatação que o Hololens, na prática, é um pouco mais limitado do que se imaginava – só sobrepõe objetos holográficos a uma pequena parte do seu campo de visão. Mesmo assim, é um gadget bastante impressionante, com muito potencial para evoluir nos próximos anos. A Microsoft anunciou que irá lançar uma versão de desenvolvimento, para criadores de software, no começo de 2016. Vai custar US$ 3.000.

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    3. A orwellização da internet

    Orwell

    Em 2013, quando o americano Edward Snowden revelou os programas americanos de monitoramento da internet, a rede mudou de definição. Ela continua sendo aberta, democrática, anárquica e muito difícil de controlar. Mas, agora, também deve ser entendida como um território estritamente vigiado, onde tudo é monitorado nos mínimos detalhes. Seja pela NSA, a superagência de espionagem americana, seja pelas gigantes de tecnologia – que têm a capacidade e o hábito de registrar, silenciosamente, todos os seus passos (inclusive offline). Os ataques terroristas na França, no começo e no final deste ano, foram a pá de cal na esperança de uma internet menos vigiada. A médio prazo, a Europa deverá adotar programas tão duros quanto os da NSA (a França, por exemplo, já anunciou que irá capturar o tráfego de dados de todos os cidadãos, inclusive aqueles que não são suspeitos de terrorismo).

    2. iOS 9 e os ad-blockers

    iOS 9 e os ad-blockers

    A principal novidade do iOS 9, lançado pela Apple em setembro, é que ele aceita a instalação de ad-blockers: plugins que eliminam todas as propagandas da internet (e já existem, há muito tempo, para desktop). Eles rapidamente caíram no gosto do povo, e se tornaram os programas mais baixados da App Store. A novidade causou pânico entre os sites de notícias, com alguns chegando a prever um cenário apocalíptico em que a internet deixaria de ter conteúdo jornalístico. (A empresa alemã Axel Springer, que edita vários sites de grande audiência, até entrou na Justiça contra os ad-blockers). É que, como na internet o conteúdo quase sempre é gratuito, a única receita dos sites é a publicidade – e ela é, justamente, eliminada pelos ad-blockers.

    Oficialmente, a ideia por trás dos bloqueadores é proporcionar uma melhor experiência para o usuário. Porque a navegação mobile é lenta, em grande medida, por causa dos banners e scripts publicitários contidos nas páginas. Mas a medida também foi uma tentativa da Apple de estimular os publishers a aderirem ao Apple News – um aplicativo de leitura, novidade do iOS 9, onde os anúncios não podem ser bloqueados. O Apple News é uma resposta ao Facebook Instant Articles: um sistema, também lançado em 2015, em que as empresas de mídia publicam o conteúdo não na internet, mas diretamente dentro do Face (com os anúncios gerenciados por ele). O Google, cuja principal fonte de receita é a venda e o gerenciamento de publicidade na web aberta, respondeu com a tecnologia AMP, que promete acelerar a navegação móvel – sem transferir o conteúdo para plataformas fechadas, como propõem Apple e Facebook. Por enquanto, nenhuma das três novidades gerou alterações maci��as nos fluxos de publicação de conteúdo, e geração de receitas, da internet. Mas isso tende a acontecer mais intensamente em 2016.

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    1. Windows 10

    Em 2012, preocupada com a ascensão do iPad (que à época parecia avassaladora) e desejosa de reagir no mercado de smartphones, onde estava -e ainda está- bem atrás dos rivais, a Microsoft decidiu redesenhar radicalmente o Windows. Ele ganhou uma interface híbrida, supostamente apta a funcionar em PCs, tablets e smartphones. Não deu muito certo. O Windows 8 era ruim de usar com teclado e mouse, e gerou rejeição entre os usuários – muita gente passou a evitar o sistema, que entrou no rol das versões “malditas” do Windows (como Me e Vista). A Microsoft percebeu isso e, num ato de bom senso, mudou de novo. O W10, lançado este ano, é uma volta às raízes do Windows, com visual e funcionamento que lembram bastante a versão 7. E a empresa, num gesto ousado, resolveu dar o software de graça: quem tem Windows 7 ou 8 pode baixar e usar de graça o novo Windows. Funcionou: o sistema agradou ao público, e já foi instalado por mais de 110 milhões de pessoas. E isso se justifica. O novo Windows é um bom sistema operacional, que pode ficar ainda melhor com alguns ajustes simples.

    É isso. Um abraço e até mais!

    PS: neste ano, estreamos um novo projeto: o Teste SUPER. A cada mês, testamos uma categoria de produtos, para descobrir qual deles é a melhor opção de compra. Já avaliamos notebooks, caixas Bluetooth, celulares, câmeras de ação e até fritadeiras sem óleo – e mostramos tudo em uma websérie de 7 vídeos. Tem sido superlegal fazer (se você ainda não viu os vídeos, veja; vai se divertir). E já estamos preparando os testes de 2016. Um abraço e até lá!

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